Somos mais,
Somos petrobrás!”
Ouço o jingle, bem feito. Presto um pouco mais de atenção, e ao final ouço o narrador: “- Petrobrás. 59 anos!”
Criada por Getúlio Vargas, em torno de um ano antes de “sair da vida para entrar na história”, a nossa Petrobrás, foi e ainda é fonte de orgulho para muita gente. O nacionalismo está no sangue.
Mas analisemos a letra do jingle.
- Somos brasileiros, mas claro que somos, disso eu não tenho dúvidas.
- Somos mais! Como é? Somos mais? Quem somos mais? Nós ou a Petrobrás?
E a propaganda conclui: - Somos Petrobráis!
Propaga-se aos quatro ventos a auto-suficiência brasileira. Produzimos, não sei quantos “milhões” de barris do ouro negro. E ainda temos o pré-sal para explorar. Ouvimos, já há muitos anos, que o petróleo é nosso!
Agora, pelo menos aqui no Rio Grande do Sul, temos falta de gasolina em alguns postos de combustíveis, justamente quando dirigentes da Petrobrás, falam que o reajuste dos derivados de petróleo é inevitável – 20%, declaram e isso gera calafrios.
Como assim, produzimos petróleo, os preços que pagamos são dos mais altos do mundo. O nosso transporte é muito dependente do sistema rodoviário, consumidor de diesel e gasolina, por excelência. Com isso sabemos também, que qualquer aumento nesse setor, empurra a inflação para cima. Ouço entrevistas e o clima leva a culpa. - Os petroleiros não puderam ancorar em Tramandaí para descarregar o óleo bruto. Até o ministério público entrou na parada, em boa hora, para esclarecer os fatos.
Vou ser sincero. Para mim esse negócio do “petróleo é nosso”, e o povo pagando caro, muito caro, é papo furado. Claro que o petróleo é nosso. Mas a que preço? – “Eu tô pagando!”
Abrir o mercado, conceder a livre iniciativa a exploração e o refino, fará bem para todos. A Petrobrás está numa zona de conforto. È dona do pedaço e tem todo o mercado para si, logo, falta-lhe eficiência, produtividade. P
E nós, o povo, pagamos a conta. E temos dúvidas:
- Será que o petróleo é nosso?”
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