Cheguei
em Porto Alegre, para morar, em 27 de janeiro de 1980. Lembro-me bem. Era um
domingo. Fazem 40 anos. Eu achava que não me adaptaria a capital, mas, até hoje
moro aqui.
Íamos
no supermercado Castelão, aí no Menino Deus. Havia o cinema Marrocos na avenida
Getúlio Vargas, o Companhia do Sanduiche e a pizzaria Chuca. Era ali que
mandávamos ver quem comia mais fatias. Acho que foi um dos primeiros rodízios
de pizza na capital. Era bem bom!
Algumas
vezes jantei na restaurante Zepelim, na esquina da Getúlio com a Ipiranga.
Abastecia no posto do Touring Clube na avenida João Pessoa. Nessa época, ou um
pouco depois, surgiu o Centro Comercial da João Pessoa que existe até hoje. A
grande novidade era o cinema e o restaurante Café Paris bem romântico. Muito
fui aí depois de assistir um filme.
Logo
no primeiro ano em Porto Alegre, me matriculei no IPV, Instituto Pré
Vestibular, na avenida Salgado Filho. Fiz o supletivo e a seguir o Pré
Vestibular e consegui vaga no curso de Engenharia Civil na UFRGS, onde
ingressei em 1981. Ainda no centro, na Salgado, fui várias vezes na CRT para
fazer uma ligação DDD. Não era como hoje. Tinhas que ir onde havia cabine
telefônica. Também frequentei o inferninho chamado Peter Pan. Tinha uma máquina
daquelas que se vê em filmes americanos antigos, onde se põe uma ficha e toca a
música escolhida. Era um barato.Comprei livros na Globo da Rua da Praia. Também
da Sulina, na Borges de Medeiros em frente ao Capitólio. Material de desenho na
Casa do Desenho. Uma vez fui no Le Club, nunca fui no Água na Boca que não era
pro meu contracheque. Eu tinha um Fiat 1047 azul noche e muitas vezes fui no
Taba que ficava na avenida Guaíba em Ipanema na beira do rio. Era o tempo da
discoteca. Frequentei o Rose Place, o Clube da Saudade, Sandália de Prata, o Chipp’s
e o Fascinação. Tive um Passat pointer bege 1983, baita carro.
Algumas
vezes íamos almoçar na churrascaria Paçoquinha em Canoas. Quando estudava na
UFRGS no RU. Tomei café expresso no Rib’s da rua da Praia. Mais tarde frequentei
a Pulperia no Largo da Epatur e algumas vezes jantei no Vinha D’Alhos. De
madrugada o lanche era no Mac Dinhos da São Luis, ou no Jacaré da Lima e Silva,
sopa no Van Gogh da República ou da Luanda na Patrocínio. Caipirinhas no
Bate-Bate de Ipanema. Pedalinho no lago da Redenção. Aniversários infantis com
Tio Tôni.
Eu
cheguei a viajar de Transbrasil e de Varig várias vezes. Comíamos “X” ali na
rótula do Papa, aliás estive na missa, e não fui para orar, que ele rezou onde
hoje há uma cruz em sua homenagem. Perto do antigo estádio Olímpico que está em
ruínas.
Na
década de 80 ainda se usava calças bocas-de-sino. Comprei roupas na Mesbla, no
Alfred, no Saco & Cuecão, Escosteguy e Hipo Incosul. Eletrodomésticos na JH-Santos,
Manlec, material esportivo na Cauduro, Couro Esporte e Courolândia. Já tive
poupança no Banco Sul-Brasileiro e Caixa Econômica Estadual. Revelei muitas
fotografias tiradas com minha Olympus Trip 35 na Cambial da Salgado.
Assisti
filmes no Vitória, Lido, Guarani, Cacique, Baltimore, Marrocos, Capitólio,
Avenida, Roma e outros. Até no Bailão do Cardoso eu já fui. Brinquei festa do
chopp na Cristóvão e assisti muitos audiovisuais do Flávio Del Mése no Stúdio
da José do Patrocínio. Nessa mesma rua frequentei o bar do Miro, onde, para não
fazer barulho se aplaudia com estalar de dedos. Aos domingos, exatamente às 19
horas, começava Os Trapalhões. Mais tarde no Fantástico o Chico Anísio fazia
sua crônica engraçada e inteligente e no mesmo programa ainda, em vez dos
cavalinhos, a Zebrinha anunciava o resultado da Loteria Esportiva. Uma vez fiz
13 pontos. Deu tudo lógica. Ganhei o equivalente a meio salário mínimo. Aí foi
toda a minha sorte de ficar rico.
Assisti
a primeira temporada de Bailei na Curva no Teatro do IPE e Cabaré da Maria
Elefante no Renascença. Conheci o grupo Nóis Aqui Traveis ali na Cidade Baixa.
“Prá lá de lôco”! Aos domingos da uma passada no Brique, comia frango
assado com polenta no Bonfim e depois passeava na Redenção. Ali uma cigana me
disse: “Vejo uma morena na tua vida!”
Comprei
apartamento pelo BNH, financiado em 25 anos, na Lima e Silva em frente a antiga
Coopban que depois virou Zaffari e que ainda existe e o resto... o tempo levou!
Porto Alegre, 18 de março de 2020.
JORGE
LUIZ BLEDOW – E-mail bledow@cpovo.net
Que boas recordações tchê...
ResponderExcluirAndamos pelos mesmos lugares e de Fiar 147.
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