Eu,
como gosto de me gabar, vou contar algumas coisas sobre matemática. Vejo os números
como amigos. Como aquele cãozinho manso, brincalhão, fiel e, ao mesmo tempo
surpreendente. Tratando com números, com matemáticas, não há mentiras. Eles são
o que são, mostram como são, não mudam, não se escondem. Uma vez que se
descobre a regra, a fórmula, isso valerá para sempre. Inspiram total confiança
e pronto.
Talvez
seja essa a grande dificuldade que as pessoas têm com a matemática. Está certo,
as vezes é difícil entender ou até decorar a fórmula, mas, entendido o
princípio, será possível fazer emulações. As pessoas não esperam isso no dia a
dia. Esperam mutações, altos e baixos, flutuações, mudanças de humor. Os
números são constantes, cabem nas fórmulas sem exceções e sempre na mesma
medida. Pode parecer chato, mas não é. Sempre haverá novidades e curiosidades a
descobrir. Conjuntos de números naturais, inteiros, reais, racionais,
irracionais, imaginários. Há operações de aritmética, álgebra, frações,
potências, logaritmos, trigonometria, equações e assim por diante. Vejam que
interessante: tem até números imaginários e irracionais!
A
fórmula de Báskara, para resolver equações específicas não muda jamais.
Pitágoras e seu Teorema, onde "a soma dos quadrados de seus catetos
corresponde ao quadrado de sua hipotenusa." Num triângulo retângulo, é
maravilhoso de tão simples, de aplicação prática imediata, que resolve muitas
questões cotidianas. A regra de 3, também conhecida como fórmula dos químicos,
ou das proporções, permite obter resultados facilmente com alguma imaginação. O
cálculo infinitesimal surgiu a partir de uma ideia criativa. Newton, este mesmo
da física, e Leibniz descobriram o cálculo de forma independente.
Desde
que me lembro como gente, uma frase de minha mãe, os números povoam a minha
mente. Imagino os números em ordem em forma de espiral espacial. Um redemoinho
girando. Do “0” para baixo, os negativos e do “0” para cima os positivos.
Quando penso em algo, uma dúzia, por exemplo, o número 12 fica destacado na
imaginação. Se torna negrito e saltitante, quase sendo projetado para fora das ”espiralóide”,
que vem a ser uma espiral girando.
Tenho
algumas histórias de aula e vivência envolvendo números e cálculos.
Entre
elas o MMC, a área da roçada do vizinho, o problema de frações na 5ª série, o curso
CFST no Exército, livro do Malba Tahan, fiz engenharia por quê, professor San Martim,
meus filhos e outras.
Estou
me “gavando” demais, como dizem na minha terra.
Na
sequência tiro um tempo e conto, se não for demais falar da 1ª pessoa, como
dizia San Martim, o professor mais famoso de cálculo da UFRGS.
Porto Alegre, 31 de março de 2020.
JORGE
LUIZ BLEDOW – E-mail bledow@cpovo.net
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