Ainda no Uruguay, fizemos dois passeio.
Um a Colônia do Sacramento e outro a Punta del Leste. O guia para Colônia
chama-se Gusman. Era divertido demais. Entre as grandes atrações do Uruguay,
ele anunciava: “- Dulce de Leche de vaca soltera!” Segundo ele, sendo as
vacas solteiras, não estariam estressadas e assim, o leite seria mais saudável.
Como todos sabem, o doce de leite uruguaio é reconhecido como o melhor até
pelos vizinhos argentinos. Daí a eleger o alfajor o melhor doce nacional, e, “por
supuesto”, mundial, é fácil.
Gabam-se também, os nossos vizinhos, da
qualidade e prêmios conquistados nos últimos anos, pelo vinho Tannat. Dizem que
é muito bom. A uva com excelente quantidade de resveratrol, um polifenol que
age como anti oxidante, contra o câncer e como redutor do mal colesterol. Além
de outros benefícios à saúde. Carne de primeira, vinho premiado contra o
câncer e colesterol e sobremesa de doce de leite de vaca solteira! É o paraíso,
não é? Para alguns talvez ainda falte a ervinha relaxante. Um mate é coisa boa,
minha gente.
Indo para Colônia do Sacramento,
paramos no Museo de Colecciones Arenas. O que impressiona é a vasta quantidade
de lápis, chaveiros, cinzeiros, canetas, latas, caixas registradoras,
porta-copos e por aí vai. A coleção de lápis, têm o título do Guinnes Book of
Records e portanto o museu foi declarado de interesse Nacional pelo
Departamento de Turismo.
Colônia do Sacramento é uma cidade
histórica. Fundada por portugueses, refundada por espanhóis, fica num ponto
estratégico na costa do Rio da Prata e servia de posto de controle das
navegações. Mudou de nacionalidade conforme assinavam diferentes tratados. Tem
ruelas maravilhosas, museu, um farol onde se sobe 118 degraus e se tem uma
vista maravilhosa de 360°. Vê-se até os prédios do Porto Madero em Buenos
Aires.
Noutro dia, a excursão foi a Punta del
Leste. Cidade turística, rica, badalada. Seus hotéis são de luxo. Tem cassino e
tudo mais. Até uma Trump Tower está sendo construída no balneário mais luxuoso
na costa sul-americana. Com um bairro nomeado de Beverly Hills, onde ricos de
várias partes do mundo tem suas casas, entre eles, brasileiros, é claro.
Visitamos ali próximo a Casapueblo,
antiga casa de verão do artista plástico e arquiteto uruguaio Carlos Páez
Vilaró, atualmente uma cidadela-escultura que inclui um museu, uma galeria de
arte e um hotel chamado Hotel Casapueblo ou Club Hotel Casapueblo, que fica
dentro da estrutura. Está localizada em Punta Ballena(mais uma), com vista
sensacional para o oceano.
Construída ao redor de uma casa de lata
chamada La Pionera (Da Pioneer), foi o arquiteto Carlos Páez Vilaró quem a
desenhou, com um estilo semelhante ao das casas da costa mediterrânea de
Santorini. Mas, o arquiteto geralmente referia-se ao forneiro, um pássaro
típico do Uruguai, o nosso João-de-Barro, para explicar o tipo de construção.
Há salas dedicadas a vários artista e escritores como Eduardo Galeano, Vinícius
de Moraes, Pelé e outros.
Apresenta também uma homenagem a Carlos
Miguel (filho do artista), e um dos dezesseis uruguaios sobreviventes do
acidente aéreo da Força Aérea Uruguaia Voo 571 que caiu nos Andes em 13 de
outubro de 1972. A filha de Carlos, Agó Páez Vilaró, também artista plástica.
Adquirimos algumas gravuras autografadas por ela.
Carlos Paez Vilaró faleceu em 2014
deixando uma impressionante obra de arte.
E assim é o Uruguay que vimos, sentimos
e degustamos. Um voo de Porto Alegre à Montevidéo leva uma hora e dez minutos.
Pode-se ir de carro pelo Chuí, Jaguarão ou Santana do Livramento, além de
outras rotas menos tradicionais.
Porto Alegre, 29 de
janeiro de 2020.
JORGE LUIZ BLEDOW
E-mail:
bledow@cpovo.net
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