Claro
que só podia ser a minha mãe!
Numa
faxina que fizeram nas gavetas da minha mãe, minhas irmãs encontraram alguns
documentos antigos, que eu já nem imaginava existir.
Só
a mãe da gente para guardar com orgulho uma coisa dessas!
Dentre
outros documentos, apareceu o meu Boletim Escolar da 5º série. A escola chama-se
Padre Feijó, localidade de Esquina Progresso, distrito de Tiradentes, município
de Três Passos, RS, ano de 1970.
Vê-se
na capa do boletim que o Diretor de Ensino era Clemente Menegat, prefeito Sr
Egon Júlio Göelzer e professora minha querida e estimada Olmira Dal Molin.
Lembro bem de todos. O professor Clemente deu aulas para mim depois no Colégio
Rio Branco de Padre Gonzales. O prefeito era professor no Colégio Ipiranga e
fora nomeado pelos militares de Brasília, pois, estando Três Passos na Área de
Segurança Nacional, devido a fronteira, não havia eleições nesse período. A
professora Olmira eu sei que casou e mudou-se para o Paraná. Onde andará esta
querida professora?
Depois,
internamente o BOLETIM DE NOTAS, com sabatinas (era assim que se falava)
mensais. Sempre contei histórias para meus amigos e familiares, de que eu, bom
aluno que fui, cheguei a gabaritar nalgum mês todas as matérias. Eles me
olhavam desconfiados, me chamavam de “gavola”. Eu não tinha como provar. Mas
agora eu provo, graças a minha querida mãe que salvou este documento valioso
para mim.
O
Calendário Escolar era de março a junho e de agosto a novembro. Portanto 8
mêses. As notas era de 0 a 100. Nos meses de junho e novembro eu gabaritei, ou
seja: 100 em Linguagem, 100 em Matemática, 100 em Estudos Sociais e 100 em
Religião. Média 100! Com a prova na mão, posso me gabar mais ainda, dois meses
de notas máximas.
Há
uma coluna das médias de cada mês, média final por mês e por matéria. Na
penúltima linha as notas dos exames onde indica peso 2 (X2). Explico, no meu
tempo não havia esta barbada de passar por exame. Todo mundo, não interessando
a nota, fazia exame geral, e, portanto, não tinha essa de se atirar nas cordas
com um “já passei” antecipado.
A
última linha das notas é da Média Geral onde verifica-se que passei com 92, em
1º lugar da turma. Desconfiei desse valor, como engenheiro que sou, refiz as
médias. Percebi duas coisas: Quem calculou as médias, desprezou às frações.
Portanto uma média de 92.8, no boletim consta como 92. Foi truncado,
arredondado sempre para baixo; há erros de cálculos nas médias parciais e
finais. Refazendo as contas considerando tudo, fico com média final geral 94, e
claro continuo em 1º lugar da turma (como é bom se gabar!). Uma melhora, não
acham?
Na
parte interna do Boletim Escolar, que assina é o professor Hélio Zawatski.
Lembro bem dele, veio substituir, bem no início do ano letivo, a professora
Olmira. Onde andará o professor Hélio? Era seminarista, mas, namorador. Alguém
me dá notícias? Eu sei que andou pela Cotrimaio.
Vejo
também a assinatura do pai ou responsável, meu querido e saudoso pai Alberto
Bledow, que me acompanha de outra dimensão. Saudade!
Mas
não passei em branco sem críticas. Meu filho foi direto na nota de matemática,
mês de agosto; - 85 pai? Que vergonha essa nota!
Bem,
olhando melhor o boletim, tenho um 80 em religião, minha nota mais baixa de
todo ano de 1970. Será que significa alguma coisa?
Porto Alegre, 10 de fevereiro de 2020.
JORGE
LUIZ BLEDOW – E-mail bledow@cpovo.net
Nenhum comentário:
Postar um comentário