terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

O ANO ESTÁ PARA ABÓBORAS

 Tenho comigo, ainda, muitas lembranças e alguns ensinamentos do meu tempo de colono, ou agricultor que soa mais chique. Pois nos meus anos de infância e juventude, trabalhei muito na roça, na localidade de Esquina Progresso, pertencente, então, ao município de Três Passos. Mais que trabalhar, no campo, se observa constantemente o clima, a lua, os ventos e especificamente às chuvas. Quem planta depende do sol e da chuva, de São Pedro.

Agora está tudo mais evoluído. A previsão do tempo muito mais acurada, os satélites mapeiam tudo, a internet comunica rápido, as sementes são transgênicas, a maioria dos trabalhos manuais ou com bois, agora é feito a trator. Até o velho manguá e a trilhadeira que, no meu tempo, era uma evolução tecnológica, foi substituída pela colheitadeira moderníssima. Só falta ser tudo digital e com avião. Aliás, o drone, está entrando de vez na agricultura de precisão. Vejam só “o que é a involução”, como diria um querido tio meu já falecido.

O agricultor se orienta com antecedência, para ver quando pode semear. Ele se informa como está “o El Ninho” ou “a El Ninha”? Na roça todos sabem que El Ninho, águas do Oceano Pacífico acima da média, produz enchentes no Sul do Brasil e secas no Nordeste. E, ao contrário, que El Ninha, águas do Oceano Pacífico abaixo da média, produz secas no Sul do Brasil e chuvas mais abundantes no Nordeste.

Na primavera do ano de 2020, constatou-se o fenômeno El Ninha, portanto, falta de chuvas! Às precipitações foram abaixo da média, principalmente no Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina, sudoeste do Paraná e Mato Grosso do Sul. Porém, agora no verão, as chuvas estão acontecendo quase normais. Meio dispersas, concentrando em algumas regiões e escassas em outras, mas não temos estiagem no momento.

Este mês de fevereiro está quente e úmido, o que é muito bom para a plantação. Dia desse os jornais noticiaram que um agricultor, no município de Ibirapuitã, colheu três abóboras gigantes. Uma pesando 72 kg, outra 78 kg e, acreditem, a maior pesou 98 kg! Bota abóbora nisso!

Bela colheita!

Lembrei do meu tempo de colono. Quando o mês de fevereiro era assim quente e úmido, sol e chuva, casamento da viúva, dizia-se que era o clima perfeito para abóboras.  A diferença é que lá no passado, se cozinhava lavagem para porcos. Hoje, pelo menos foi ou que declararam, vão cozinhar doce, vai ser muita sobremesa.

Pois então, este ano está para abóboras!

 

         Porto Alegre, 06 de fevereiro de 2021.

JORGE LUIZ BLEDOW

E-mail  bledow@cpovo.net

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