Tenho comigo, ainda, muitas
lembranças e alguns ensinamentos do meu tempo de colono, ou agricultor que soa
mais chique. Pois nos meus anos de infância e juventude, trabalhei muito na
roça, na localidade de Esquina Progresso, pertencente, então, ao município de
Três Passos. Mais que trabalhar, no campo, se observa constantemente o clima, a
lua, os ventos e especificamente às chuvas. Quem planta depende do sol e da
chuva, de São Pedro.
Agora está tudo mais
evoluído. A previsão do tempo muito mais acurada, os satélites mapeiam tudo, a
internet comunica rápido, as sementes são transgênicas, a maioria dos trabalhos
manuais ou com bois, agora é feito a trator. Até o velho manguá e a trilhadeira
que, no meu tempo, era uma evolução tecnológica, foi substituída pela colheitadeira
moderníssima. Só falta ser tudo digital e com avião. Aliás, o drone, está
entrando de vez na agricultura de precisão. Vejam só “o que é a involução”,
como diria um querido tio meu já falecido.
O agricultor se orienta
com antecedência, para ver quando pode semear. Ele se informa como está “o El
Ninho” ou “a El Ninha”? Na roça todos sabem que El Ninho, águas do Oceano
Pacífico acima da média, produz enchentes no Sul do Brasil e secas no Nordeste.
E, ao contrário, que El Ninha, águas do Oceano Pacífico abaixo da média, produz
secas no Sul do Brasil e chuvas mais abundantes no Nordeste.
Na primavera do ano de
2020, constatou-se o fenômeno El Ninha, portanto, falta de chuvas! Às precipitações
foram abaixo da média, principalmente no Rio Grande do Sul, oeste de Santa
Catarina, sudoeste do Paraná e Mato Grosso do Sul. Porém, agora no verão, as chuvas
estão acontecendo quase normais. Meio dispersas, concentrando em algumas
regiões e escassas em outras, mas não temos estiagem no momento.
Este mês de fevereiro
está quente e úmido, o que é muito bom para a plantação. Dia desse os jornais
noticiaram que um agricultor, no município de Ibirapuitã, colheu três abóboras
gigantes. Uma pesando 72 kg, outra 78 kg e, acreditem, a maior pesou 98 kg!
Bota abóbora nisso!
Bela colheita!
Lembrei do meu tempo de
colono. Quando o mês de fevereiro era assim quente e úmido, sol e chuva,
casamento da viúva, dizia-se que era o clima perfeito para abóboras. A diferença é que lá no passado, se cozinhava
lavagem para porcos. Hoje, pelo menos foi ou que declararam, vão cozinhar doce,
vai ser muita sobremesa.
Pois então, este ano está para abóboras!
Porto
Alegre, 06 de fevereiro de 2021.
JORGE LUIZ BLEDOW
E-mail bledow@cpovo.net
(51)99191-3349 (51)3519-6402
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