A VOLTA AO MUNDO DA QUARENTENA I

CAPÍTULO I

 A trilha diária

Estando de quarentena no isolamento devido ao coronavírus, resolvi não abrir mão de algumas coisas diárias, que considero saudáveis e, que, estou determinado a cumprir.

1-    Alimentar melhor e com menos;

2-    Ler alguma coisa além do jornal;

3-    Caminhar e fazer exercícios físicos;

4-    Escrever nem que seja meia página.

Tenho cumprido razoavelmente às determinações acima listadas. Estou tentando comer menos, evitar frituras, ingerir mais verduras e frutas. Leio jornal e mais algumas páginas de algum romance, economia, filosofia, história e/ou pesquisa na internet.

Moramos num condomínio, em que há uma parte alta e uma baixa, com uma trilha no meio com mato. Caminhando de um portão ao outro, resulta uma distância com mais de 500 metros. Caminho todos os dias. Faço 4 a 5 descidas e subidas, o que resulta em 4 a 5 quilômetros. O desnível é de 72 metros, ou seja, equivale a um prédio de 24 andares.

Além do mais tem ocorrido que ao caminhar tenho ideias. Fico matutando pensando em uma crônica, e durante uma hora, hora e meia, praticamente estruturo o que vou escrever. Tem dias que as ideias variam, paro prá conversar com alguém, e perco o foco. Mas em geral escrevo uma página.

Hoje pensei o seguinte:

Vou caminhar imaginando estar percorrendo o paralelo 30 graus, que vem a ser a latitude de Porto Alegre. A nossa cidade situa-se sobre este paralelo 30° sul e apesar do caminho no condomínio desenvolver-se na direção geral norte-sul, de cima abaixo, vou imaginar meu deslocamento na direção leste-oeste.

Assim faço de conta que estarei caminhando exatamente sobre o paralelo, acumular e projetar às distâncias diárias percorridas, e ver até onde eu chegaria, na ficção, é claro.

 Continua no próximo capítulo.

            Porto Alegre, 19 abril de 2020.

JORGE LUIZ BLEDOW

E-mail  bledow@cpovo.net