segunda-feira, 9 de maio de 2022

Ave Mãe

 

Ave Mãe, cheia de graça,

O Senhor está entre nós seus filhos amados.

Benditas são todas as mães e avós,

E bendito é o seu ventre, onde todos nós fomos gerados

Foi uma benção sermos amamentados, criados e educados com afeto.

Santa Mãezinha, que Deus a proteja e abençoe.,

Sempre oraste por seus filhos queridos com muita Fé.

E ainda oras agora e sempre com carinho e devoção.

E assim nós somos abençoados com muito amor.

Agradecemos sua paciência e zelo, para com seus filhos e netos.

E rogamos a Deus saúde, paz e felicidades a todas as Mães do mundo.

Muito obrigado Mamãe!

Amém!

 Porto Alegre, 03 de maio de 2022.

JORGE LUIZ BLEDOW

E-mail  bledow@cpovo.net

terça-feira, 21 de setembro de 2021

O SHOW NÃO PODE MORRER

 

Se alguém escrever o meu perfil, ou o Marcelo Tass me perguntar:

 - O que é a vida?

 -A vida é movimento! Respondo.

 Não tenho dúvidas, para mim a vida, antes de mais nada, é movimento em todos os sentidos e direções, reais ou imaginárias. Físicas ou mentais.

 Sendo assim, não perco tempo, caminho diariamente. É muito bom caminhar, pois além do exercício físico, faço um trabalho mental magnífico. Vou andando e contando histórias reais ou inventadas, acontecidas ou por acontecer. Quando vejo passou-se algum tempo e eu estou longe de casa e é hora de voltar.

 Aprecio caminhar. Tenho procurado fazer isso diariamente com duração de pelo menos uma hora e tem me proporcionado belos momentos, as vezes boas surpresas, coisas diferentes ou que, d’outra forma, passariam desapercebidas pela velocidade dos dias e da rotina.

 Dia desse topei com prédios novos, calçada e rua modificadas. Constatei um piso novo no passeio. O tal do piso táctil, que agora estão usando, para orientar deficientes visuais. Tentei simular fechando os olhos e tateando com os pés as rugosidades e orientações diferentes. Tive dificuldades, tropecei arrastando os pés quase cai. Certamente alguém me viu e deve ter achado ridículo meu desajeitado modo de caminhar desequilibrado. Não estou nem aí, já tenho idade para não ligar para essas coisas.

 Quando estava me concentrando, para caminhar como um cego, ouço alguém cantando, soltando a voz, no outro lado da rua. Atravessei e fui até a grade, onde me segurei e fiquei olhando.

 Era uma mulher idosa, que sem pejo soltava a voz cantando um bolero mexicano rasgado. Daqueles de explodir o coração de tanto sofrimento. De paixão. Constatei que tratava-se de uma casa de repouso, e, no jardim, sentado num banco um idoso ouvia e se deliciava prestando atenção no show da artista idosa. Esta abria o peito e cantava, dançando alegremente em volta do banco à sombra de uma mangueira. Ora se apoiando no encosto do banco, ora colocando a mão no ombro do senhor de idade. Sempre girando. Na cabeça um lenço e segurando o vestido longo, dava seu recado.

 Vi, um pouco mais ao lado, a cuidadora, devia ser, concluí, estava de olho no casal e notou que parei para apreciar.

 - Bom dia senhora, falei.

 -Bom dia.

 - Que espetáculo!

 - Sim. Ela é deficiente visual.

 - Ah é! Respondi não contendo a expressão de surpresa.

 E o show continuava e eu olhando e ouvindo embasbacado.

 - Ela canta bem. Solta a voz sem medo, falei.

 - Sim. Sempre faz isso quando estão bem, falou a cuidadora.

 - E ele presta muita atenção e pelo jeito gosta muito.

 - Claro, ela respondeu.

 - Então ela é cega? Perguntei para confirmar.

 - Sim. Ela não enxerga. E ele é surdo!

          Porto Alegre, 19 de setembro de 2021.

 

JORGE LUIZ BLEDOW

E-mail  bledow@cpovo.net

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...