Varzeano, o São José da Esquina Progresso?
Não. Claro que não. O campo fica numa coxilha bem no alto. Divisor d’águas. De um lado o Lajeado Caçador e do outro o Lajeado Grande, aliás, este último tem jeito de rio e faz divisa entre os municípios de Três passos e Crissiumal. Varzeano é o time do Juventude (Xuventude) da Linha Lajeado Grande, município de Crissiumal, que fica à margem esquerda do dito rio, lajeado é humilhação. Este time sim fica no barranco, ou seja, na várzea que pega enchente.
Jogar contra o Juventude tem o charme de ser um jogo intermunicipal. E mais, para chegar ao campo, se atravessa o rio de caíque (caíco), o que, sem contar o resto, por si só já é uma aventura e tanto. As estradas chegam serpenteando os morros e vales com curvas fechadas e perigosas. Tudo fica mais emocionante na carroceria do caminhão. Durante a semana a F350 puxa porcos da colônia. No final de semana se troca a maravalha da carroceria e o time vai, de pé, para jogar em outra localidade. O motorista é craque ao volante e acostumado a transportar carga viva.
A torcida feminina na frente da corrente, o machario vai atrás, isso na ida. Da volta não lembro. Chega-se do lado de cá do Lajeado Grande e entra o remador para manejar o remo. Atravessar todo o time visitante, levando umas seis pessoas de cada vez dá uma porção de viagens. Quando se chega à margem oposta, a primeira coisa é dar uma olhada no campo. Lembro de seu “Luft”, dono do potreiro, andando no campo e recolhendo com uma pá e um carrinho de mão, o esterco do gado espalhado pela grama, ato esse considerado um extremo capricho naquele fim de mundo.
Logo começa o jogo do time “B”, ou aspirantes, do qual eu com meus 16 anos, pés descalços na maioria das vezes, o máximo que eu cheguei foi a um “kichute”, vestia a camisa 7 - ponteiro direito agudo. Assim tipo Litbarski, da Alemanha, sou modesto. Pensando bem estou ficando velho e ponteiro, no futebol, é coisa do passado. O centro-avante era o goleiro do time “A”, o principal, e também capitão do “B”.
Depois do jogo uma coca-cola, e até uma cerveja. De vez em quando pinta namoro. Assiste-se ao jogo entre os times titulares de olho na bola, nas gurias e nas vacas, para que estas não invadam o campo, sempre de olho nas outras. Quando a bola vai para o lado do rio é um Deus nos acuda. Muitas já se perderam nas suas correntezas. Escurecendo atravessa-se o rio de lá para cá. Depois na carroceria da velha F350, vamos cantando e vibrando: Três a três! Três a três!
Mais um grande resultado do brioso São José Esporte Clube da Esquina Progresso. Aliás, fundado em 15 de agosto de 1963, completando hoje 42 anos de contendas. Como reza a filosofia popular: empate fora de casa é vitória meu!
Não. Claro que não. O campo fica numa coxilha bem no alto. Divisor d’águas. De um lado o Lajeado Caçador e do outro o Lajeado Grande, aliás, este último tem jeito de rio e faz divisa entre os municípios de Três passos e Crissiumal. Varzeano é o time do Juventude (Xuventude) da Linha Lajeado Grande, município de Crissiumal, que fica à margem esquerda do dito rio, lajeado é humilhação. Este time sim fica no barranco, ou seja, na várzea que pega enchente.
Jogar contra o Juventude tem o charme de ser um jogo intermunicipal. E mais, para chegar ao campo, se atravessa o rio de caíque (caíco), o que, sem contar o resto, por si só já é uma aventura e tanto. As estradas chegam serpenteando os morros e vales com curvas fechadas e perigosas. Tudo fica mais emocionante na carroceria do caminhão. Durante a semana a F350 puxa porcos da colônia. No final de semana se troca a maravalha da carroceria e o time vai, de pé, para jogar em outra localidade. O motorista é craque ao volante e acostumado a transportar carga viva.
A torcida feminina na frente da corrente, o machario vai atrás, isso na ida. Da volta não lembro. Chega-se do lado de cá do Lajeado Grande e entra o remador para manejar o remo. Atravessar todo o time visitante, levando umas seis pessoas de cada vez dá uma porção de viagens. Quando se chega à margem oposta, a primeira coisa é dar uma olhada no campo. Lembro de seu “Luft”, dono do potreiro, andando no campo e recolhendo com uma pá e um carrinho de mão, o esterco do gado espalhado pela grama, ato esse considerado um extremo capricho naquele fim de mundo.
Logo começa o jogo do time “B”, ou aspirantes, do qual eu com meus 16 anos, pés descalços na maioria das vezes, o máximo que eu cheguei foi a um “kichute”, vestia a camisa 7 - ponteiro direito agudo. Assim tipo Litbarski, da Alemanha, sou modesto. Pensando bem estou ficando velho e ponteiro, no futebol, é coisa do passado. O centro-avante era o goleiro do time “A”, o principal, e também capitão do “B”.
Depois do jogo uma coca-cola, e até uma cerveja. De vez em quando pinta namoro. Assiste-se ao jogo entre os times titulares de olho na bola, nas gurias e nas vacas, para que estas não invadam o campo, sempre de olho nas outras. Quando a bola vai para o lado do rio é um Deus nos acuda. Muitas já se perderam nas suas correntezas. Escurecendo atravessa-se o rio de lá para cá. Depois na carroceria da velha F350, vamos cantando e vibrando: Três a três! Três a três!
Mais um grande resultado do brioso São José Esporte Clube da Esquina Progresso. Aliás, fundado em 15 de agosto de 1963, completando hoje 42 anos de contendas. Como reza a filosofia popular: empate fora de casa é vitória meu!
Nenhum comentário:
Postar um comentário