Vou para minha terra no interior. Sigo pela estrada asfaltada. Em determinado momento me bate uma vontade de ir pelo atalho. Saio do trajeto principal e me embrenho pelo caminho de chão. Literalmente vou comer poeira.
O atalho que invento e tão bem conheço, aumenta a distância. Chegarei mais tarde. Não importa. Sinto uma imensa necessidade e preciso saciar esta nostalgia temporona.
Apreciando a viagem quero curtir cada momento. Cada detalhe. Sinto que as pedras (reais) no caminho são flocos suaves se comparados às vicissitudes do meu dia-a-dia.
Rodando vagarosamente subo e desço lombas. Passo por grotas e cafundós. Observo as matas. Vencendo curvas o tempo flui...
Chego às margens do rio. A barca está do outro lado. Não me aflijo. Sobram-me preciosos instantes. Contemplo às águas se esgueirando mansamente entre as rochas. Fixo o olhar ao longe num remanso. Imagino às corredeiras logo depois da curva.
No meio do rio, o barqueiro traz a barca suavemente. Mas com firmeza. Não tem pressa. Assim como o rio, ele parece conhecer alguma dimensão mais profunda no tempo.
Não vale a pena lutar contra a natureza. O tempo dá o ritmo. É uma luta inglória. É como brigar com o destino... e perder sempre!
Com pressa, sempre procuramos atalhos para ganhar tempo e não nos damos conta que logo à frente a vida nos cobra caro. Não há atalhos possíveis. Temos que enfrentar o dia-a-dia. Consumir o cotidiano. Dar tempo ao tempo, meandrando entre as pedras, contornando curvas. Assim como o rio.
O barqueiro, calejado pelos anos de prática nestas águas, conhece poços e baixios. As pedras, o canal. Jamais enfrenta a correnteza de frente. Ataca no flanco. Sem pressa. Com muito jeito e calma, leva a barca à margem segura.
Embarco e vou. Durante a travessia viajo. Entro em outra dimensão. Em outra época. Outros tempos, onde não perco tempo. Ao contrário: ganho.
Quando finalmente aportamos na margem oposta, volto ao real. Ao presente. Sinto que nesta viagem voltei no calendário. Fiz um atalho no tempo.
Sigo meu caminho com a alma leve. Trago comigo uma certeza: remocei!
O atalho que invento e tão bem conheço, aumenta a distância. Chegarei mais tarde. Não importa. Sinto uma imensa necessidade e preciso saciar esta nostalgia temporona.
Apreciando a viagem quero curtir cada momento. Cada detalhe. Sinto que as pedras (reais) no caminho são flocos suaves se comparados às vicissitudes do meu dia-a-dia.
Rodando vagarosamente subo e desço lombas. Passo por grotas e cafundós. Observo as matas. Vencendo curvas o tempo flui...
Chego às margens do rio. A barca está do outro lado. Não me aflijo. Sobram-me preciosos instantes. Contemplo às águas se esgueirando mansamente entre as rochas. Fixo o olhar ao longe num remanso. Imagino às corredeiras logo depois da curva.
No meio do rio, o barqueiro traz a barca suavemente. Mas com firmeza. Não tem pressa. Assim como o rio, ele parece conhecer alguma dimensão mais profunda no tempo.
Não vale a pena lutar contra a natureza. O tempo dá o ritmo. É uma luta inglória. É como brigar com o destino... e perder sempre!
Com pressa, sempre procuramos atalhos para ganhar tempo e não nos damos conta que logo à frente a vida nos cobra caro. Não há atalhos possíveis. Temos que enfrentar o dia-a-dia. Consumir o cotidiano. Dar tempo ao tempo, meandrando entre as pedras, contornando curvas. Assim como o rio.
O barqueiro, calejado pelos anos de prática nestas águas, conhece poços e baixios. As pedras, o canal. Jamais enfrenta a correnteza de frente. Ataca no flanco. Sem pressa. Com muito jeito e calma, leva a barca à margem segura.
Embarco e vou. Durante a travessia viajo. Entro em outra dimensão. Em outra época. Outros tempos, onde não perco tempo. Ao contrário: ganho.
Quando finalmente aportamos na margem oposta, volto ao real. Ao presente. Sinto que nesta viagem voltei no calendário. Fiz um atalho no tempo.
Sigo meu caminho com a alma leve. Trago comigo uma certeza: remocei!
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