sexta-feira, 7 de maio de 2010

O tempo corre


Cada vez mais a vida se apressa. O tempo corre. Aliás, tem até uma teoria maluca de que o tempo está encolhendo. Os relógios atômicos não estariam detectando isso, pois estão “por dentro” do próprio pulsar do tempo. Não sei não. Acho mesmo que com internet, celular, MSN, skype, supersônicos – que coisa ultrapassada - e outras facilidades à nossa disposição, faz-se tudo correndo, mas se tem tanta coisa para fazer que não se consegue fazer tudo que se quer, e assim, penso eu, tem-se a impressão de que o tempo corre. Corre não, voa!

Provas do que estou dizendo não tenho. Mas tenho alguns indícios. Já experimentaram ir a o interior, numa fazenda, um lugar no campo. Tem-se a impressão de que o tempo anda lento. Chega as nove da noite e estamos com sono. Na cidade passa da meia noite e ainda estamos no computador. Outro argumento é o seguinte: uma festa de Natal ou passagem de ano na casa de algum parente ou amigo. Como custa chegar a meia-noite, hora da ceia e do champanhe. Faça a festa em sua casa e terás tantas coisas para fazer que às horas passam muito mais de pressa e a hora da ceia chega logo.

Com o tempo voando, tudo anda neste ritmo. Poucas pessoas lêem romances longos, estamos na era do conto, e olhe lá, do blogger, do texto curto. Comida é fast food, quase tudo é descartável e passageiro. Notícias são rápidas, resumidas, só o essencial, quem quer mais que se aprofunde. Como, se não sobra tempo? E assim vamos vivendo e o tempo passando.

Sempre digo – o difícil não é a criança caminhar. O difícil é ela olhar onde pisa. Já não temos tempo de olhar onde pisamos, formular o que falamos. Um conhecido meu dizia – Gosto de fazer algo, desenhar, cozinhar, cortar a grama, qualquer coisa, e depois de pronto, dar dois passos para trás e apreciar o que fiz, antes de dar por terminado. Quem faz isso hoje em dia? Duvido que se faça, mas deveríamos fazer. Quem sabe seríamos um pouco mais felizes.

Levantamos atrasados e o relógio consome o tempo sem dó. Saímos correndo e não cumprimentamos ninguém. Cumprimentar? Coisa mais antiga! Fora de moda. Moda? Aí está outra coisa passageira e rápida. Em todo caso, neste caso, acho que evoluímos. Quando adolescente a moda era cabelo comprido. Ai de quem não o usasse. A moda era calça boca-de-sino, não usar significava estar “por fora”. Apesar de mudar muito, acho que a questão moda melhorou. Hoje cada um faz a seu modo e quase tudo está na moda, dependendo do ponto de vista de quem usa ou olha, é claro.

Estamos numa corrida sem saber para onde vamos, onde queremos chegar. Vamos com muita sede ao pote. Assistimos a teve, atendemos ao celular, emitimos opiniões, lemos alguma coisa, e um minuto depois já esquecemos de tudo. Muitas vezes nem revisamos o que escrevemos. Escrever? O que é isso, não temos tempo!

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