Chego no interior. Na casa dos meus pais. Chinelos, bermuda e camiseta, saio a caminhar. Preciso fazer meu passeio obrigatório. Meu batismo de chegada. Ao cruzar a porteira entro noutro tempo. No mundo potreiro da minha infância.
Conheço cada recanto deste chão. Cada rincão. Cada pedra, cada árvore. O cheiro de relva, de mato e do banhado, me transporta para o passado. Corro no campinho me imaginando ponteiro direito. Sinto o pulsar de meus passos no som metálico da laje de basalto que quase aflora. Ouço os pássaros e os sapos. Tudo me é tão familiar.
Descarrego a energia vencida. Torno a alma leve e recarrego às baterias da emoção com sentimentos puros.
Sigo a trilha do gado. Enfio-me no mato. Descubro clareiras: - picadeiros do circo da minha infância! Entre arbustos, pitangueiras e ervas de bugre, encontro a velha e conhecida timbaúva. Dou-lhe um abraço amigo. Num descuido risco a perna num espinho de gravatá. Ou melhor: é o gravatá que ciumento me lanha para ter a minha atenção. Paro por um momento fazendo-lhe uma carícia.
Encontro algumas canelas-de-veado ainda arqueadas, onde, no tempo de guri, nos embalamos lépidos e faceiros, feitos serelepes ligeiros. Apesar dos anos as árvores cresceram pouco. Algumas continuam com os troncos curvados. Registros de nossas brincadeiras e estripulias.
Ando em direção ao valo que drena o açude. Descubro restos de pedras alinhadas e empilhadas, cobertas de grama, limo e barro. É o que sobrou da taipinha dos sonhos ousados de represar enxurradas. Obra minha e do meu irmão.
Um pouco mais abaixo a cascata. Era tão grande e agora parece tão diminuta, escondida nas macegas.
Saúdo os ariticunzeiros. Eles ainda estão lá. Firmes e fortes e com frutos. Surpresos com a minha chegada e meu choro. Minha emoção exposta...
Marcas, indeléveis ao tempo, de nossa infância, incrustadas na paisagem bucólica. Nas rugas que contam idade.
O tempo passa. A natureza se transforma. Se regenera. As impressões de alguns anos da minha vida continuam lá no potreiro dos meus pais.
E para que estas lembranças não se percam e meus filhos e netos, quem sabe, tenham facilitada a tarefa de "paleontólogos" da infância dos pais e avós, registro aqui a minha emoção, dando pistas de gerações passadas.
Tenho assim a esperança de remeter lembranças ao futuro.
Conheço cada recanto deste chão. Cada rincão. Cada pedra, cada árvore. O cheiro de relva, de mato e do banhado, me transporta para o passado. Corro no campinho me imaginando ponteiro direito. Sinto o pulsar de meus passos no som metálico da laje de basalto que quase aflora. Ouço os pássaros e os sapos. Tudo me é tão familiar.
Descarrego a energia vencida. Torno a alma leve e recarrego às baterias da emoção com sentimentos puros.
Sigo a trilha do gado. Enfio-me no mato. Descubro clareiras: - picadeiros do circo da minha infância! Entre arbustos, pitangueiras e ervas de bugre, encontro a velha e conhecida timbaúva. Dou-lhe um abraço amigo. Num descuido risco a perna num espinho de gravatá. Ou melhor: é o gravatá que ciumento me lanha para ter a minha atenção. Paro por um momento fazendo-lhe uma carícia.
Encontro algumas canelas-de-veado ainda arqueadas, onde, no tempo de guri, nos embalamos lépidos e faceiros, feitos serelepes ligeiros. Apesar dos anos as árvores cresceram pouco. Algumas continuam com os troncos curvados. Registros de nossas brincadeiras e estripulias.
Ando em direção ao valo que drena o açude. Descubro restos de pedras alinhadas e empilhadas, cobertas de grama, limo e barro. É o que sobrou da taipinha dos sonhos ousados de represar enxurradas. Obra minha e do meu irmão.
Um pouco mais abaixo a cascata. Era tão grande e agora parece tão diminuta, escondida nas macegas.
Saúdo os ariticunzeiros. Eles ainda estão lá. Firmes e fortes e com frutos. Surpresos com a minha chegada e meu choro. Minha emoção exposta...
Marcas, indeléveis ao tempo, de nossa infância, incrustadas na paisagem bucólica. Nas rugas que contam idade.
O tempo passa. A natureza se transforma. Se regenera. As impressões de alguns anos da minha vida continuam lá no potreiro dos meus pais.
E para que estas lembranças não se percam e meus filhos e netos, quem sabe, tenham facilitada a tarefa de "paleontólogos" da infância dos pais e avós, registro aqui a minha emoção, dando pistas de gerações passadas.
Tenho assim a esperança de remeter lembranças ao futuro.
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