Ninguém me pediu. Muito menos ela. E antes que alguém o faça, saio em sua defesa.
Para não criar suspense, desembucho logo dizendo a que me refiro: a bergamota.
Sim, a velha conhecida bergamota. Não se preocupem que ela não cometeu nenhum crime. Trata-se de uma indicação honrosa.
O nosso Estado tem alguns símbolos instituídos. Alguns oficiais. Outros cultuados pelo povo ou outorgados por entidades diversas.
Há poucos anos, me parece que por iniciativa do MTG, elegeu-se o brinco-de-princesa como a flor representativa do Estado. Os portalegrenses escolheram a estátua do laçador como símbolo da cidade. Em segundo lugar ficou o por do sol do Guaíba.
A erva-mate é a árvore mais significativa do nosso Rio Grande do Sul.
Por que não escolher também uma fruta?
Surgem várias candidatas no campo e na cidade.
Uma das primeiras lembradas é a banana. Fruta muito consumida em todo território nacional. Mas a sua lembrança nos remete à República das Bananas. Desagradável essa associação. Portanto, opção descartada.
A laranja até que poderia ser e está cotada no páreo. Muito difundida em todo país. Mas tem um senão, a simples menção da palavra "laranja" lembra escândalos nacionais, de volta em “Não Vale a Pena Ver de Novo”, causando uma péssima impressão. Está fora para evitar constrangimentos políticos.
Que me desculpem o abacaxi, o pêssego, a maça, a goiaba, a melancia, todas merecem admiração, mas não tem a mesma penetração popular da bergamota.
A pitanga, o guabiju, a cereja, a guabirova, o araticum, o araçá, a amora, o butiá, merecem atenção, mas são frutas do campo e pouco conhecidas no meio urbano.
Temos uma candidata forte: a uva. Conhecida em todo o Estado, mas talvez não tenha representatividade suficiente por ser cultivada predominantemente na região serrana. Acho a uva uma fruta muito esnobe, o que contrasta com a simplicidade do povo gaúcho. Além disso, o fato de dar em cachos pode levar a uma associação maliciosa. Por tudo isso melhor evitá-la.
Sendo assim, sobra-nos a cheirosa bergamota. Conhecida como tangerina ou mexerica nos outros estados e que, só aqui, tem essa denominação tão particular.
A autêntica bergamota nasce guaxa, em qualquer lugar. Na colônia, na campanha, na serra, no litoral e na cidade. É por demais conhecida. Duvido de alguém desta terra, que já não tenha provado esta saborosa "fruita".
Faço-me aqui defensor, e, como rábula voluntário, saio em sua defesa. A bergamota é uma fruta ainda pura, popular, e, neste outono, já está na rua. Ainda não está ligada a escândalos políticos e não tem alto valor comercial.
Vendida em qualquer esquina. Típica do minifúndio não se prestando a monocultura e, pelo que eu sei, não está envolvida em pesquisas transgênicas. Portanto, é de uma fruta assim, sem pedigree formal, porém hospitaleira, meio enferrujada, sofrida, suculenta e adorada, que precisamos para nos representar.
Meu voto está aberto. Bergamota para fruta símbolo dos gaúchos.
Para não criar suspense, desembucho logo dizendo a que me refiro: a bergamota.
Sim, a velha conhecida bergamota. Não se preocupem que ela não cometeu nenhum crime. Trata-se de uma indicação honrosa.
O nosso Estado tem alguns símbolos instituídos. Alguns oficiais. Outros cultuados pelo povo ou outorgados por entidades diversas.
Há poucos anos, me parece que por iniciativa do MTG, elegeu-se o brinco-de-princesa como a flor representativa do Estado. Os portalegrenses escolheram a estátua do laçador como símbolo da cidade. Em segundo lugar ficou o por do sol do Guaíba.
A erva-mate é a árvore mais significativa do nosso Rio Grande do Sul.
Por que não escolher também uma fruta?
Surgem várias candidatas no campo e na cidade.
Uma das primeiras lembradas é a banana. Fruta muito consumida em todo território nacional. Mas a sua lembrança nos remete à República das Bananas. Desagradável essa associação. Portanto, opção descartada.
A laranja até que poderia ser e está cotada no páreo. Muito difundida em todo país. Mas tem um senão, a simples menção da palavra "laranja" lembra escândalos nacionais, de volta em “Não Vale a Pena Ver de Novo”, causando uma péssima impressão. Está fora para evitar constrangimentos políticos.
Que me desculpem o abacaxi, o pêssego, a maça, a goiaba, a melancia, todas merecem admiração, mas não tem a mesma penetração popular da bergamota.
A pitanga, o guabiju, a cereja, a guabirova, o araticum, o araçá, a amora, o butiá, merecem atenção, mas são frutas do campo e pouco conhecidas no meio urbano.
Temos uma candidata forte: a uva. Conhecida em todo o Estado, mas talvez não tenha representatividade suficiente por ser cultivada predominantemente na região serrana. Acho a uva uma fruta muito esnobe, o que contrasta com a simplicidade do povo gaúcho. Além disso, o fato de dar em cachos pode levar a uma associação maliciosa. Por tudo isso melhor evitá-la.
Sendo assim, sobra-nos a cheirosa bergamota. Conhecida como tangerina ou mexerica nos outros estados e que, só aqui, tem essa denominação tão particular.
A autêntica bergamota nasce guaxa, em qualquer lugar. Na colônia, na campanha, na serra, no litoral e na cidade. É por demais conhecida. Duvido de alguém desta terra, que já não tenha provado esta saborosa "fruita".
Faço-me aqui defensor, e, como rábula voluntário, saio em sua defesa. A bergamota é uma fruta ainda pura, popular, e, neste outono, já está na rua. Ainda não está ligada a escândalos políticos e não tem alto valor comercial.
Vendida em qualquer esquina. Típica do minifúndio não se prestando a monocultura e, pelo que eu sei, não está envolvida em pesquisas transgênicas. Portanto, é de uma fruta assim, sem pedigree formal, porém hospitaleira, meio enferrujada, sofrida, suculenta e adorada, que precisamos para nos representar.
Meu voto está aberto. Bergamota para fruta símbolo dos gaúchos.
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