Aqui vai uma curta e grossa. E verdadeira.
Aconteceu comigo e meu amigo grosso. Aquele mesmo indicado para escrever juntamente comigo, o livro Tratado Geral da Grossura! Ele mais do que eu, com certeza! Este caso é verdadeiro e já está ficando famoso. Antes que alguém escreva e me roube o direito autoral, pode ser até o grosso, faço-o eu. Não acham?
Éramos universitários da Engenharia Civil da UFRGS. Morando no bairro Cidade Baixa, num sábado lá pelo meio-dia, atravessava eu a rua General Lima e Silva, ali na frente do Zaffari, bem no Nicu’s Bar, adivinhem quem eu vejo? Quem me aparece? Grosso não chega - aparece de repente. O grosso é claro, aquele que quando foi feito entrou duas vezes na fila para sair da fábrica completo e com acessórios. Grosso com acessórios pintura perolizada e tudo! Pode?
- Loco-de-fome, que nem eu, perguntou:
- Vômo almoçá?
- Vômo, respondi no mesmo tom, não é bem o meu jeito, mas tem aquele velho ditado: No meio de dois grosso, faça-se de grosso também! Grosso ou louco? Já não me lembro. Vai lá - Loco e grosso! Desgraça pouca é bobagem! Ou não!
Saímos caminhando sem falar nada. Estávamos economizando energias devido à fome. E os trocados de estudante sempre curtos. Sabíamos para onde ir. Para o R.U. (Restaurante Universitário) ali na João Pessoa em frente à Faculdade de Economia. Ou vocês achavam que iríamos gastar um dinheirão no "X" do Jacaré ou no Nicu’s Bar? Não que ali fosse muito caro. Mas comparando com o R.U. era brincadeira. No R.U. se comia por um pila. E tem mais: com direito a um copo de leite gelado. Quem queria refri pagava mais caro uns vinte e cinco centavos talvez. Mas isso é coisa de burguês. Ainda mais se for Coca-Cola. Guaraná ainda vai, é brasileira e tudo mais, mas Coca e Pepsi não! Temos que ser nacionalistas e não dar lucro para estas multinacionais! Tínhamos o discurso pronto na ponta da língua.
Como dizia, íamos nós, em direção ao R.U. e de repente vem na nossa direção - adivinhem quem? Outro grosso não! Aí já seria uma calamidade. Pense em coisas boas - cada um pensa naquilo que gosta - pense bem... Uma morena! Morena não: Morena e truco! E bota morena em cima disso, daquelas que faz chover. Acha pouco? Essa fazia até parar de chover! Duvidam?
Vinha, a morena, rebolando as ancas e nós, eu e meu amigo grosso, acompanham-la girando à cabeça e avaliando, primeiro pela frente e depois por trás, o produto. Medindo com os olhos e sorvendo, principalmente, a parte traseira. Que mulherão! Pensei eu, cá comigo, com meus botões. Afastando-se de nós, deixando um perfume de enlouquecer no ar. Mas que perfume tchê! Tinha alguma coisa a mais nessa mulher e esse perfume era demais! Estávamos meio zonzos.
Assim que ela afastou-se de nós, meu companheiro, babando, virou-se para mim e perguntou em seco:
- Viu?
- Vi!- respondi e não consegui ficar sem fazer meu comentário – que mulherão perfumado, não é, daquelas que faz chover e parar de chover!
- Mulherão seu! Eu quase não agüentei o cheiro da comida, com a fome que estou, me deu vontade de agarrar a marmita dela!
- Ele falava no sentido literal.
Foi aí que eu parei e olhei: Era uma mulher muito boa e perfumada, carregando uma marmita que deixava um cheiro irresistível de comida no ar.
E o meu amigo grosso só então reparou na figura feminina.
Eu havia visto a mulher. Meu amigo havia visto a marmita.
Senti o perfume de mulher. Ele o cheiro da comida.
E lá fomos nós para o R.U., comer feijão, arroz, salada de pepino cortado, carne de monstro fervida e tomar àquele copo de leite gelado! Que coisa boa. Já era hora. Estávamos mesmo com muita fome e sede! Era disso que precisávamos.
Aconteceu comigo e meu amigo grosso. Aquele mesmo indicado para escrever juntamente comigo, o livro Tratado Geral da Grossura! Ele mais do que eu, com certeza! Este caso é verdadeiro e já está ficando famoso. Antes que alguém escreva e me roube o direito autoral, pode ser até o grosso, faço-o eu. Não acham?
Éramos universitários da Engenharia Civil da UFRGS. Morando no bairro Cidade Baixa, num sábado lá pelo meio-dia, atravessava eu a rua General Lima e Silva, ali na frente do Zaffari, bem no Nicu’s Bar, adivinhem quem eu vejo? Quem me aparece? Grosso não chega - aparece de repente. O grosso é claro, aquele que quando foi feito entrou duas vezes na fila para sair da fábrica completo e com acessórios. Grosso com acessórios pintura perolizada e tudo! Pode?
- Loco-de-fome, que nem eu, perguntou:
- Vômo almoçá?
- Vômo, respondi no mesmo tom, não é bem o meu jeito, mas tem aquele velho ditado: No meio de dois grosso, faça-se de grosso também! Grosso ou louco? Já não me lembro. Vai lá - Loco e grosso! Desgraça pouca é bobagem! Ou não!
Saímos caminhando sem falar nada. Estávamos economizando energias devido à fome. E os trocados de estudante sempre curtos. Sabíamos para onde ir. Para o R.U. (Restaurante Universitário) ali na João Pessoa em frente à Faculdade de Economia. Ou vocês achavam que iríamos gastar um dinheirão no "X" do Jacaré ou no Nicu’s Bar? Não que ali fosse muito caro. Mas comparando com o R.U. era brincadeira. No R.U. se comia por um pila. E tem mais: com direito a um copo de leite gelado. Quem queria refri pagava mais caro uns vinte e cinco centavos talvez. Mas isso é coisa de burguês. Ainda mais se for Coca-Cola. Guaraná ainda vai, é brasileira e tudo mais, mas Coca e Pepsi não! Temos que ser nacionalistas e não dar lucro para estas multinacionais! Tínhamos o discurso pronto na ponta da língua.
Como dizia, íamos nós, em direção ao R.U. e de repente vem na nossa direção - adivinhem quem? Outro grosso não! Aí já seria uma calamidade. Pense em coisas boas - cada um pensa naquilo que gosta - pense bem... Uma morena! Morena não: Morena e truco! E bota morena em cima disso, daquelas que faz chover. Acha pouco? Essa fazia até parar de chover! Duvidam?
Vinha, a morena, rebolando as ancas e nós, eu e meu amigo grosso, acompanham-la girando à cabeça e avaliando, primeiro pela frente e depois por trás, o produto. Medindo com os olhos e sorvendo, principalmente, a parte traseira. Que mulherão! Pensei eu, cá comigo, com meus botões. Afastando-se de nós, deixando um perfume de enlouquecer no ar. Mas que perfume tchê! Tinha alguma coisa a mais nessa mulher e esse perfume era demais! Estávamos meio zonzos.
Assim que ela afastou-se de nós, meu companheiro, babando, virou-se para mim e perguntou em seco:
- Viu?
- Vi!- respondi e não consegui ficar sem fazer meu comentário – que mulherão perfumado, não é, daquelas que faz chover e parar de chover!
- Mulherão seu! Eu quase não agüentei o cheiro da comida, com a fome que estou, me deu vontade de agarrar a marmita dela!
- Ele falava no sentido literal.
Foi aí que eu parei e olhei: Era uma mulher muito boa e perfumada, carregando uma marmita que deixava um cheiro irresistível de comida no ar.
E o meu amigo grosso só então reparou na figura feminina.
Eu havia visto a mulher. Meu amigo havia visto a marmita.
Senti o perfume de mulher. Ele o cheiro da comida.
E lá fomos nós para o R.U., comer feijão, arroz, salada de pepino cortado, carne de monstro fervida e tomar àquele copo de leite gelado! Que coisa boa. Já era hora. Estávamos mesmo com muita fome e sede! Era disso que precisávamos.
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