
Há algumas cenas mundiais, que entram na nossa memória e ficam para sempre. Quem não lembra, sendo um pouco mais velho, da fotografia estampada nos jornais na época da guerra do Vietnã. Algumas crianças correndo, ao fundo bombas caindo. A menina que aparece em primeiro plano nua fugindo da destruição. Depois, bem mais tarde, ficamos sabendo que eram bombas de napalm. Agora recentemente, localizaram a menina vietnamita, parece que mora nos USA.
Neil Armstrong, pisando na lua para mim uma cena em preto em banco já na televisão. Não vi no mesmo dia, não havia televisão onde eu morava, porém mais tarde vi repetidamente às cenas. Cenas boas, ao contrário das bombas.
O mundo foi mudando. Em 1989 ao vivo assistimos a queda do muro de Berlim e a cores. São cenas fortes, de esperança e mudanças. Novos rumos! O que seria do capitalismo sem o comunismo? Como aquela frase antiga dos romanos: “Esperávamos a invasão dos bárbaros. Eles não vieram. O que será de nós agora?”
A Guerra do Golfo, em 1992, com cenas ao vivo, onde parece que estamos num vídeo game brincando de matar inimigos imaginários, deixaram o mundo perplexo. Porém, em pouco tempo, todos se acostumaram e já identificavam fogos amigos e inimigos. Cruel isso. Muito Cruel!
O mundo acelera cada vez mais. Depois do rádio a televisão. Veem o celular e a internet. Tudo fica instantâneo. Presente. Os meios de comunicação fazem a guerra entrar em nossa sala! Jamais estaremos livres do bombardeio! Nada foge aos olhos atentos, porém a informação é tanta, que já não damos a devida importância. Temos que escolher, classificar, decidir o que serve e o que não serve. Ficamos na dúvida, o que é ou não é verdade?
As torres gêmeas sendo atingidas por aviões e depois caindo é uma das cenas mais impressionantes de toda a história. Ruíram nossas certezas, nossas seguranças, nossos planos, o futuro tornou-se mais perigoso do que já era. Tudo veio abaixo. Não ficou pedra sobre pedra. Nem o mais brilhante e criativo roteirista de Hollyhood imaginaria tais ações. Inacreditável, mas dolorosamente real!
Agora, na guerra sem fim entre judeus e palestinos, uma foto no jornal me choca. Três crianças mortas, cuidadosamente enfileiradas, deitadas no piso frio. Uma até estava de “macaquinho”. Inocentes de tenra idade. Morreram sem saber a causa. Sem nada entender. E o pai foi levado ao local para identificar seu filho morto. Doloroso, chocante!
As cenas atuais que marcam, para mim, e para História Mundial, são as da posse de Barack Hussein Obama. Impressionante a esperança que americanos e o mundo todo deposita neste homem, negro e com origem na África.
Espero, sinceramente, que ele possa honrar pelo menos 10% da esperança que o povo tem nele. Já é muita coisa para mudar o mundo.
E quando deixar o cargo, em vez de sapatadas, talvez joguemos pétalas de rosas
Neil Armstrong, pisando na lua para mim uma cena em preto em banco já na televisão. Não vi no mesmo dia, não havia televisão onde eu morava, porém mais tarde vi repetidamente às cenas. Cenas boas, ao contrário das bombas.
O mundo foi mudando. Em 1989 ao vivo assistimos a queda do muro de Berlim e a cores. São cenas fortes, de esperança e mudanças. Novos rumos! O que seria do capitalismo sem o comunismo? Como aquela frase antiga dos romanos: “Esperávamos a invasão dos bárbaros. Eles não vieram. O que será de nós agora?”
A Guerra do Golfo, em 1992, com cenas ao vivo, onde parece que estamos num vídeo game brincando de matar inimigos imaginários, deixaram o mundo perplexo. Porém, em pouco tempo, todos se acostumaram e já identificavam fogos amigos e inimigos. Cruel isso. Muito Cruel!
O mundo acelera cada vez mais. Depois do rádio a televisão. Veem o celular e a internet. Tudo fica instantâneo. Presente. Os meios de comunicação fazem a guerra entrar em nossa sala! Jamais estaremos livres do bombardeio! Nada foge aos olhos atentos, porém a informação é tanta, que já não damos a devida importância. Temos que escolher, classificar, decidir o que serve e o que não serve. Ficamos na dúvida, o que é ou não é verdade?
As torres gêmeas sendo atingidas por aviões e depois caindo é uma das cenas mais impressionantes de toda a história. Ruíram nossas certezas, nossas seguranças, nossos planos, o futuro tornou-se mais perigoso do que já era. Tudo veio abaixo. Não ficou pedra sobre pedra. Nem o mais brilhante e criativo roteirista de Hollyhood imaginaria tais ações. Inacreditável, mas dolorosamente real!
Agora, na guerra sem fim entre judeus e palestinos, uma foto no jornal me choca. Três crianças mortas, cuidadosamente enfileiradas, deitadas no piso frio. Uma até estava de “macaquinho”. Inocentes de tenra idade. Morreram sem saber a causa. Sem nada entender. E o pai foi levado ao local para identificar seu filho morto. Doloroso, chocante!
As cenas atuais que marcam, para mim, e para História Mundial, são as da posse de Barack Hussein Obama. Impressionante a esperança que americanos e o mundo todo deposita neste homem, negro e com origem na África.
Espero, sinceramente, que ele possa honrar pelo menos 10% da esperança que o povo tem nele. Já é muita coisa para mudar o mundo.
E quando deixar o cargo, em vez de sapatadas, talvez joguemos pétalas de rosas
Porto Alegre, 27 de janeiro de 2009.
JORGE LUIZ BLEDOW
JORGE LUIZ BLEDOW
Jorge,
ResponderExcluirBela crônica!
Sabe: tenho uma saudável inveja dos bons fotógrafos. Pessoas muito especiais e que contam a nossa história. Tinha uma revista "do nosso tempo" que era pródiga em reportagens fotográficas. A Manchete. Lembra?!
Abraços,
Rubem
06/03/2009,
ResponderExcluirAdorei esta crônica.
A linha de tempo abordada nos leva a refletir quão o ser humano tem a trilhar. Às vezes é chocante, mas há esperança. As cenas facilmente ficam esquecidas,sendo necessário ampliar, divulgando mais."Cenas Marcantes" deveria estar nos jornais,livros ou revista.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMeu amigo Bledow: Sim! “O mundo acelera cada vez mais”. O mundo somos nós. Os culpados pelo seu crescente alucinado ritmo também somos nós. Corremos porque queremos, alguém nos impõe ou algo que queremos está condicionado a corrermos. Quantos de nós correm para fugir de algum animal feroz? Poucos. Consumimos. Produzimos. Para produzir, o mundo necessita “girar”. Somos cada vez mais. Consumimos cada vez mais. Por necessidade, produzimos cada vez mais, pois somos seres também econômicos. E então o mundo, cada vez mais, acelera, acelera, acelera. Onde vamos parar? Quando vamos parar? Não sei. Perguntem aos Di Masi (os Domenico).
ResponderExcluirPressa e falta de tempo são amargo fruto da lógica estúpida e equivocada que a humanidade adotou para evoluir (evoluir?) ao longo do seu caminhar pela civilização. Lógica estúpida porque óbvio seria, a espécie que se proclama a única dotada de intelecto dentre os animais, escolher alternativa inteligente e sustentável. A escolha feita me angustia pois não vislumbro, no horizonte avante, perspectiva nem iniciativa pela elite pensante, a corrigir essa lógica, inverter seus desumanos efeitos e, assim, “desmaquinizar” e “humanizar” o homem, essa espécie tão nobre. O homem cria a máquina. Mas ela não o beneficia rumo a uma vida mais contemplativa e menos árdua. Pelo contrário, ele vira escravo da própria criatura. Então ele “aperfeiçoa” a máquina. Mas para acompanhá-la, deverá correr mais ainda. Não sei se essa escolha é por absoluta falta de melhor alternativa ou vergonhosa estupidez. Mais pressa (menos tempo), menos qualidade de vida, mais frustração, tempo para remediar a frustração, menos tempo, ... ... ... .
Certo dia um amigo meu comentava, “ Há uma coisa que não entendo o porquê e que vive me atormentando. Anos atrás, eu contratava um serviço, utilizava ferramentas e técnicas rudimentares e programava entregar o serviço em algumas semanas. O cliente aceitava o prazo sem reclamar. Me sobrava tempo suficiente para um saudável convívio familiar nos fins de semana. Hoje faço tudo com ferramentas e técnicas de última geração e proponho entregar o trabalho em três dias, mas o cliente acha isso um absurdo, uma eternidade. Para não perdê-lo - pois a concorrência está de plantão - preciso sacrificar meu convívio familiar e as horas felizes com meus amigos. Hellwig, me diga, por que isso tem de ser assim?” É, meu amigo, é a tal “pressa e falta de tempo do nosso Tempo”.
ILDO HELLWIG – Maio/2009 – ihelwik@yahoo.com.br
Quem sabe, aquela teoria que se propõe a explicar as razões da relatividade e da subjetividade da sensação da velocidade do tempo, em função da forma com que o cérebro o mede (não há espaço para ela neste comentário), nos ajuda a clarear o fenômeno do mundo acelerado. Mas, dêem-me uma chance para fazer uma simples e tosca - mas essencialmente coerente – exposição para tentar entender e expressar esse angustiante fenômeno: a falta de tempo, a velocidade do nosso mundo. Esta exposição é fruto apenas do meu irrenunciável hábito de “observar as coisas da natureza” e “a natureza das coisas”, freqüentemente seguido de uma budista reflexão. Lá vai: No contexto da Economia vamos assumir que as instituições e as pessoas produzem coisas para os outros e consomem coisas produzidas pelos outros. São simultaneamente produtores/fornecedores (oferecem) em relação a uns e consumidores/clientes (demandam) em relação a outros. No lado da oferta costuma haver inquietante concorrência – ganha a oferta que se apresenta mais conveniente ao consumidor (qualidade, preço, prazo, etc). Prazo é tempo (Olha o tempo de novo aí.). O consumidor sabe, o que ontem demorava semanas, hoje pode ser feito em dias ou horas. Ele não tolera prazos incoerentes com o estado da arte da tecnologia adotada na produção. O consumidor pressiona seu fornecedor por prazos curtos, porque da mesma forma seus clientes também o pressionam. Se o fornecedor demorar mais que o cliente está disposto a esperar, o perde para outro fornecedor, mais rápido. Então os fornecedores travam uma constante “guerra” por prazos. Cada um procura ser mais rápido que os outros. Nessa “guerra” alguém perde. Mas ninguém quer perder. Então a inquietação é uma constante. Os fatores que determinam o fim dessa “guerra” devem ser, na essência, os mesmos que determinam o fim de qualquer guerra (não me atrevo a comentar sobre isso, perguntem aos generais, os Senhores da Guerra). Assim, a pressão por tempo atua impiedosamente o tempo todo, em todos os sentidos, afetando a (quase) todos. Ontem era assim: uma pausa de dois ou três dias no meio de uma tarefa que demandava duas semanas causava impacto desprezível no prazo para sua conclusão. Hoje: uma pausa de apenas algumas horas no meio dessa mesma tarefa, executada em apenas um ou dois dias, causa impacto significativo, às vezes economicamente inviável e não-competitivo, no prazo para sua conclusão. Palmas para Einstein: o tempo é mesmo relativo. Não só na Física, pois parece que também na Economia – e até no Tempo (que confusão). O tempo vale hoje mais do que ontem. Também daí a constante e angustiante sensação de falta de tempo. Constante porque a competição é constante. Angustiante porque é necessário lutar para sobreviver. Na verdade, o tempo não falta. Ele é apenas mais solicitado hoje do que ontem, por isso, mais valorizado. Daí nossa sensação da sua raridade e nossa involuntária e às vezes inconsciente reação em aproveitar, alucinadamente, cada segundo, em atividades laborativas e “úteis”, e não “desperdiçá-lo” com momentos contemplativos (Oh lógica maldita.). Por isso “o tempo voa”. Não temos tempo, hoje, para nós, nossos familiares e nossos amigos. Essa lógica é, ou não, estúpida? Afinal, qual é a razão da nossa existência/vida? Para que, afinal, é nos dado o tempo? Para laborar? Para contemplar? Para realocar a parte que sobra, para nossos semelhantes mais necessitados? Seria só para ser disputado com o outro? – não, não pode ser para isso. ... ... ... Estou convicto de que a grande sacada é o equilíbrio! Descubramos, cada um de nós, o nosso ponto pessoal de equilíbrio, para alocação de cada fração do nosso nobre, irrecuperável e infinito tempo para as atividades segundo nossas necessidades, vontades, aspirações e filosofia de vida. Boa sorte a cada um de nós ... – Caramba! Já é amanhã e ainda quero escrever dois parágrafos hoje. Preciso me apressar, tenho que acordar cedo, pois tenho muito a fazer. Acho que não vou conseguir fazer tudo que agendei para amanhã.
ResponderExcluirILDO HELLWIG – Maio/2009 – ihelwik@yahoo.com.br
Costumo dizer que nada – isso inclui rádio, televisão, celular e Internet – é tão ruim que não nos permita extrair algo de bom. Também nada é tão bom que algo disso não se deva descartar. Provavelmente pouquíssimas coisas são boas ou ruins por si só. Depende sempre da forma como as usamos e da finalidade à qual as destinamos. Um bisturi pode servir para extirpar um câncer letal de uma paciente e salvar sua vida, mas pode também cortar uma artéria vital de um ser saudável e levá-lo à morte instantânea. Rádio, televisão, Internet, jornais, revistas, etc, podemos usar para as finalidades mais inúteis (novelas escancaradamente mercantilistas), bregas (brigas de casal ao vivo ensaiadas), asquerosas (exploração mercantil da miséria humana) consumistas (os “Shopping Chanel” implícitos ou explícitos) e vazias de sentido (como os BBB da vida), que nada de bom, útil e duradouro agregam à nossa vida. Mas, ao invés disso, podemos nos limitar a assistir a temas culturais, artísticos, educativos, informativos úteis e dignos de crédito, profissionalizantes e uma porção de coisas úteis ao nosso dia-a-dia e à nossa vida. Precisamos e podemos ser seletivos. Selecionar com inteligência e racionalidade a mídia que vamos absorver é conduta necessária para domesticar essa perniciosa onda consumista criada para nos impressionar, atropelar, aniquilar e controlar, nos levar a pensar e fazer o que lhes (e não necessariamente a nós) convém. Ser seletivo é fundamental para nos protegermos dos assédios dessa mídia apelativa e sensacionalista que aí estão a nos conquistar e que tentam subliminarmente internalizar na nossa cultura e no nosso comportamento. Não precisamos e tampouco devemos adquirir as coisas e assistir à mídia simplesmente porque estão disponíveis e ao nosso alcance (às vezes nem tanto). Devemos fazê-lo apenas se isso positivamente nos convém. Assim, teremos bombardeios de guerra, tiroteios entre polícia e bandido, enfim, qualquer espécie de baixaria da mídia, em nossas salas, somente se a isso nos permitirmos. Teremos altas contas de telefone celular a pagar somente se não tivermos disciplina suficiente para resistir a usar tão útil ferramenta para tantas coisas bobas, idiotas, inúteis e desnecessárias.
ResponderExcluirILDO HELLWIG – Maio/2009 – ihelwik@yahoo.com.br
Obama é, entre os não antiamericanos incondicionais, quase unanimidade de esperança para um mundo melhor. Também pudera, depois de Busch (tóc, tóc, tóc), alguém pior seria por demais catastrófico e cruel, ninguém mereceria. Obama é outra mentalidade. As ações de Obama certamente serão, assim pelo menos esperamos, melhores que as do seu “sulfúrico” antecessor. Acho que o mundo vai, sim, melhorar, pelo menos em muitos dos aspectos que dependem de Obama. Mas essas melhoras talvez demorem um pouco a surgir, porque o que de ruim foi plantado por alguns dos seus antecessores, sobretudo pelo imediato (o sulfúrico) e pelo pai do imediato, é muito, durante muitos anos e está bastante enraizado na mente da humanidade. Sejamos esperançosos, sim, mas também cautelosos. Não nos iludamos com perspectivas de tempo irreais. A tarefa de corrigir os estragos decorrentes de todas aquelas políticas egoístas durante tantos anos praticadas é um processo lento e não sabemos quanto tempo ele, Obama, terá para cumprir sua missão. Portanto lembremo-nos, sempre: assim como os Busch, Obama, embora de raízes africanas, também é americano, foi eleito por americanos, com os quais certamente conta para um segundo mandato, vai governar para os americanos.
ResponderExcluirILDO HELLWIG – Maio/2009 – ihelwik@yahoo.com.br