Chega o fim do ano
e é a mesma coisa! Sempre igual: Festas, homenagens, jantares, palavras de
agradecimento, votos de sucesso e felicidades.
Sempre a mesma
ladainha! Não aguento mais.
Vocês já pensaram
que este negócio de calendário é apenas uma convenção? É uma invenção dos
gregos, romanos, otomanos, bizantinos, e outros cretinos. Criação de poderosos,
tentando enquadrar o povo, na tala do mango, no relho, no taco da bota.
Sistematizaram a
nossa vida. Ainda aproveitaram para homenagear reis e imperadores famosos
batizando os meses com seus nomes, e assim, ficarem para história. Até
deslocaram, dias prá cá, dias prá lá, você tem 31, você fica com 30. Pobre do
fevereiro, tão inexpressivo, tem apenas 28 dias e de vez em quando 29.
Inventaram também o
relógio para tabelar as horas, como se fosse possível capturar e controlar o
tempo. Ora bolas, diria o nosso poetinha.
Atualmente esse
negócio de anos, meses e dias, organizados em calendários, servem muito mais
para criar datas de gastança, bom para o comércio encher a guaiaca. Quase todos
os meses há feriados, dias santos. Tudo arapucas que ardilosamente aumenta o
saldo negativo do nosso cartão de crédito. A conta vem mais tarde.
Depois de certa
idade, esse negócio de Natal, Ano-Novo, deixa de ter importância, afinal,
descobrimos que Papai Noel e Coelhinho da Páscoa não existem. Invenções da
mídia globalizada para aumentar a gastança. Presentes! Ora presentes!
Imaginei uma agenda
tipo arquivo, como um fichário, onde se incluem novas fichas todo mês,
continuamente, descartando as folhas usadas. Sempre a mesma capa. Contínua,
como o tempo. Sem estas paradas, estes saltos, que na verdade não existem, o
tempo vai fluindo sem parar. Gira como uma roda.
Me desculpem, mas o
Natal de hoje é para faturar. A virada do ano não existe. O tempo é contínuo. É
uma convenção com hora marcada para abrir espumantes. Comer e beber a lá farta!
Horários então. Prá
que horários? Nem em nosso joguinho do grupo de amigos, nas segundas e quintas,
temos horário. Pode se às quatro e meia, cinco horas... Cinco e vinte... Isso de
horário é uma imposição dos poderosos de olho no faturamento.
E assim roubam
nosso tempo. Ah o tempo! Sempre o tempo!
Mas pensando bem...
O que mesmo eu estava dizendo?
(Estou com vontade de amassar este pedaço de
papel e jogar no lixo).
Um momento! Esqueçam
tudo que eu disse.
Eu queria mesmo
agradecer e dizer que não precisamos de hora marcada para dizer aos amigos:
- FELIZ NATAL!
- FELIZ ANO NOVO,
PARA TODOS NÓS!
.
Porto
Alegre, 09 de dezembro de 2017.
Jorge Luiz Bledow
Email: bledow @cpovo.net
Nos meus tempos de CFS eu já dizia isso! É a mais pura verdade. O colega Nelson Ferreira PACHECO me apelidou de Estuprador da Lógica, por causa de minhas idéias. Talvez eu seja, mesmo, mas o que se chama de lógica não passa de convenções.
ResponderExcluirNa verdade, um dos pilares da sociedade é a hipocrisia. Convenção ou conveniência, se mistura, frequentemente, com hipocrisia. E regras e dogmas vão direto para a lata do lixo. Sem traumas ou dores na consciência.
ResponderExcluirEste agrimensor gostaria de medir o tempo em metros! Abração, Jorge!
ResponderExcluirEm abraços!
ResponderExcluirFeliz aniversário Natal guri
ResponderExcluir
ResponderExcluirMoto Contínuo
Todo tempo eu penso em mim também,
Mas quando o sono vem, já não penso em ninguém!
Todo sono é como uma aventura:
A noite nunca dura até me fazer bem...
Toda noite, a gente se procura
Numa estrada escura, e só encontra um “não”...
Toda estrada é longa, estreita e torta,
E nunca chega à porta de uma solução...
Toda porta se encontra fechada,
E, pela madrugada, não se pode entrar...
Madrugada é sempre uma agonia,
Pois é um novo dia que já vai “pintar”...
Novo dia traz nova esperança,
Mas quem está na dança, já sabe que rodou...
Toda dança, a gente se diverte,
Mas, se o dedo mete, a cara já quebrou...
Todo dedo tem que estar fechado,
O peito, estar parado e nem sequem bater...
Todo peito tem que estar calado,
O tempo regulado, para só esperar...
Todo tempo eu penso em mim também,
Mas quando o sono vem, já não penso em ninguém!
(APMoura - Valsa-Galope, Porto Velho, 16 de abril de 1977)