terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Crônica sem graça

Hoje acordei assim meio sem graça. Me olhei no espelho, sem graça, fiz a barba, sem graça, escovei os dentes, sem graça. Tudo meio sem graça. Com alguma graça.

Acho até que cheguei a pensar: - Que vida mais sem graça. Será a desgraça?

Não sei se dormi demais, ou se dormi de menos, o que sei, é que tudo estava sem graça, sem tempero, sem paixão. Haja tesão!

Desci, tomei café, sem graça. Depois fui buscar o jornal, sem graça. Pus-me a ler, sem atenção, meio sem graça. Cheguei à conclusão de que alguma coisa aconteceu e me tirou toda a graça. Que trapaça!

Mas que graça? Engraçado! O quê se passa sem graça!

Sem graça passei a me questionar, olhando pela vidraça, a praça, onde está a graça da vida? A graça do cotidiano? O lado engraçado das coisas? Mesmo sem graça.

Só em pensar que tudo estava sem graça, passei a sentir a graça de tudo. Engraçado. Sem graça!

Como não achava nada engraçado, sem graça, mas tudo com graça, tudo engraçado, me animei e nas coisas mais sem graça, achei as coisas com mais graça.

Bom, foi aí que quase pirei, engraçado. Cheguei à conclusão, desgraça, de que tudo que é sem graça, pode ser engraçado. Depende apenas do ponto de vista, com ou sem graça, de que se encara tudo isso ou nada disso ao contrário.

E assim resolvi escrever está crônica, bem pequena, sem graça.

Ficou engraçada?

Porto Alegre,09 de fevereiro de 2017.

Jorge Luiz Bledow 

Um comentário:

  1. É engraçado, quando não nos lembramos do que sonhamos à noite. Quando acordamos com o nosso cérebro limpo, novinho, sem lembranças. Como se estivéssemos nascendo naquele momento. às vezes, acordamos com amnésia alcoólica. Mas, nessas, vem a ressaca, que não tem nenhuma graça. Mas houve um dia em que acordei leve, como se estivesse nascendo de novo. Não me lembrava de nada.

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