Escolhemos
este lugar. Este condomínio para viver. Não foi por acaso.
Aqui
viemos e plantamos frutíferas, flores, muitas flores, árvores para sombras.
Canafístulas, ipês, bananeiras, araucárias, timbaúvas, ingazeiros, laranjeiras,
bergamoteiras, araticuns, grápias, flamboyants, figueiras, pessegueiros,
parreiras, pitangueiras. As camélias e as flores mimosas.
E
os jasmins espalhando perfumes pelo ar, trazem tantas lembranças.
Dar
tempo ao tempo. Saber que há hora de plantar e hora de colher. Paciência é uma
grande virtude que a natureza esbanja na nossa volta.
Festejamos
luas cheias, cheias de luz. Fazemos fogueiras e comemoramos amizades.
Desfrutamos pizzas, outros pratos, outros planos. Bebemos nossas alegrias para
confraternizar, cervejas, vinhos, chás, sucos, chimarrão, água fresca. Alegrias
fulgazes. Momentos felizes, que sobrevivem para contar para novos vizinhos,
novos amigos que estão chegando.
As
aracuãs nos visitam e fazem estardalhaço ao nos acordar ou encher o papo,
sempre famintas. As saracuras vizinhas, peraltas passeiam por aí e cantam
chamando chuva. Os sábias, ah os sabiás, como cantam! Gorjeiam namoros e fazem ninhos.
As rolinhas e seus passinhos ligeiros na areia, curruiras, canários,
tico-ticos, beija-flores, todos nos encantam. Estão por aí, entre flores, ramos
e cheiros. Ainda tem os ben-te-vis tagarelas.
Temos
também os lagartos, que moram nos drenos. Se escondem no inverno e aparecem
famintos na primavera. Vem lagartear ao sol, estes nossos ariscos parceiros.
Há
poucos dias confraternizamos e, era mesmo urgente “um carinho na sede”, que
está precisando de calor humano. Foi muito bom. Sensacional!
No
sábado o sol se pondo foi demais! Lindo! Maravilhoso! Derramou poesia e cores
no horizonte, lá na outra margem do rio.
Eu
ia esquecendo: o flamboyant floriu. Flores rouges!
Plantamos
e estamos colhendo. Desejo grandes encontros em 2017!
X 👏👏👏👏
ResponderExcluirParabéns, belo escrito, o lugar é realmente muito bonito.
ResponderExcluirJorge, eis o cenário do encontro com o interior (não de Estado, o nosso, mesmo). Feliz 2017! E é bom saber que estaremos juntos.
ResponderExcluirMuito boa, sua crônica, e o lugar em que está. Lembra o goiabal, que cercava as quatro casas da Vila dos Sargentos, em Guajará-Mirim, em 1965. Havia muitas goiabeiras, um araticum enorme, dominante de uma parte, a jaqueira, onde a molecada se reunia para lançar gracejos às mocinhas que passavam, a pata-de-vaca, bem junto ao muro da nossa casa, a mão-de-gato, com seus espinhos curvados, que rasgavam nossa roupa, se passássemos perto, e era a planta favorita das lagartas subicú de galinha, amarelinhas, peludas e macias, que lembravam o abdome das galinhas amarelas, lagartinhas traiçoeiras, que tínhamos a tentação de tocar seus pelos macios, e nos davam um queimadeira terrível na pele. Naquele pequeno matagal, em que morávamos, foram construídas outras casas, ampliando a Vila, e acabando com o nosso jardim. Só ficou a saudade. Mas é muito bom, ver que um amigo tem tanto apego às prendas da nossa Mãe Terra. Um abração.
ResponderExcluirMuito Bem caro Alberto
ExcluirSão lembranças bem brasileiras.
Temos pata-de-vaca aqui também. Araticuns o ariticuns, são frutas silvestres da minha terra.
Mão-de-gato, aqui chamamos de unhas-de-gato e as lagartas amarelinhas também existem, chamamos de taturanas.
Obrigado
Um abraço
Jorge Bledow
E olha que nos textos de ambos estamos falando de Brasis extremados geograficamente. Um, o do Bledow, atual, está no sul, florescendo agora e o outro, do Alberto, floresceu nos bons idos de 1965, quando ele e Roberto Roudrigues ainda eram alunos da mesma Escola Estadual, na querida Guajará-Mirim. É, realmente, um país continental, no tempo e no espaço.
ResponderExcluirPerdoem a intromissão e corrijam-me se estiver errado. Grande abraço a ambos, ou antes a todos os frequentadores desse cantinho de boas prosas e crônicas.
Walter.
Muito Bom Walter!
ResponderExcluirIntegrando esse país!