No último dia do ano de 2013, eu escrevi uma crônica
cujo título era: AS BRUMAS DE CAPÃO, que encerrava desse jeito:
“Lá pelas duas
da tarde, ao voltar do almoço para sesta, o sol escaldante dominava a paisagem.
Nada mau para um ano findante, o outro já vem, com alguns ganhos e perdas, sem
uma definição clara do que foi e muito menos do que será a partir de amanhã. Provavelmente
tudo segue deste jeito.
E
assim transcorre o tempo e a vida sem grandes realizações e sobressaltos. O
país não engrena e em marcha lenta, mas sem parar, move-se lentamente.
Espera-se
que a economia imponha linhas mais claras e caminhos retos, assim como o brilho
do dia, aos poucos, dissipa as brumas de Capão.
Capão
da Canoas, 31 de dezembro de 2015.”
Pois agora estou de volta, em vez de brumas o céu é
pedrento e o tempo abafado. O ano de 2015 foi difícil. Petrolão, pedaladas (maior
sucesso aqui em Capão da Canoa, é a bicicleta tipo “minhoca”, tal como um trem
de veículos ou vagões, para duas pessoas, passeiam à noite na rua e dê lhe
pedalada), impeachment, golpe, contas na Suíça, cartinhas pessoais, lava-jato.
Será que já vimos de tudo, ou ainda teremos surpresas?
No Brasil, 2015, foi o ano dos “coxinhas” e “petralhas”. Do
supremo, do TCU. Sai ministro, entra ministro. Discursos vagos, ninguém
acredita em mais nada.
No Rio Grande do Sul votou-se aumento de impostos, de
combustíveis, de energia, de cerveja – pelo amor de Deus!- redução do prazo de
pagamento do IPVA, ou seja: tudo contra o cidadão que paga a conta e já não
aguenta.
Aumentarão o combustíveis, as passagens de ônibus.
Enquanto o dólar dispara, a bolsa de valores cai, a inflação aumenta. Está tudo
como o Diabo gosta. 2016 promete!
Se o ditado continua valendo a coisa vai ficar feia:
“-Céu pedrento!
-Chuva
e vento!”
Só nos resta pedalar.
Capão da Canoa,
31 de dezembro de 2015.
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