Jorge Luiz Bledow
Entre outras
coisas, a bordo do Navio MSc Orchestra, descobri que havia uma library. È claro que fui visitá-la.
A atendente, uma australiana de cabelos ruivos claros, se chamava Emma,
nome igual ao de minha vó materna.
No meu inglês “macarrônico” sofrível, fiquei sabendo que poucas pessoas
visitam a biblioteca a bordo. Conclui assim, que deve ser um a das melhores
ocupações no navio esta de bibliotecária. Todo o tempo livre para ler, num
ambiente silencioso. A não ser, de vez em quando, algum leitor chato que
resolve fazer uma visita, falando outra língua, assassinando o inglês e se
achando o máximo. E mais, procurando algum livro des-interessante na língua de
Camões, que por si só e alguma coisa exótica nesse ambiente!
Eu havia concluído de ler a Metamorfose de Kafka, nada mais a pretexto,
como se dizia, e fui atrás de algo mais leve em português e encontrei: “O Egito
do Faraós” de meu amigo jornalista e escritor gaúcho Airton Ortiz, gaudério
nascido em Cachoeira do Sul. Por acaso um dos poucos livros dele que ainda não
havia lido, claro que tomei emprestado e li.
Quando da devolução, uns três dias depois, a atendente era uma inglesa
e, eu, assassinando o vernáculo de Willian Shakespeare, aproveitei deixando na library o meu livro de crônicas “Figos
Maduros”.
Não sei se terei, mas espero ter a sorte ou o azar, de pelo menos um
leitor fazendo cruzeiro e ler minhas crônicas de leve. Portanto brasileiros e
brasileiras, tomem às devidas providências e me ajudem.
O navio MSC Orchestra tem bandeira panamenha, deve ser por uma questão
fiscal, e o capitão e os principais encarregados são italianos. Foi construído
no porto de Sorento no Mediterrâneo, Itália.
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