Jorge Luiz Bledow
Com
o campo novo, sede própria, o clube cresceu. O tacho de geladeira com serragem
e gelo em barras, foi substituído pelo freezer. A energia elétrica, os
equipamentos de som, trouxe facilidades que logo foram incorporadas. Havia,
porém, grandes desafios a serem superados. Se no potreiro não havia a
preocupação do corte da grama, o gado pastava e fazia esta tarefa, agora as guanxumas
e inços cresciam vigorosas e obrigavam os associados organizarem mutirões para
fazerem capinas do campo algumas vezes por ano. Caso contrário o São José
corria o risco de virar o time das “caxumbas”, o que era uma vergonha total. Imaginem,
nós agricultores, não termos a capacidade de limpar e conservar o campo. Mais
tarde veio a máquina de cortar grama, um grande avanço.
No final da década de 60 e início de
70, as famílias eram numerosas, e cada uma fornecia dois ou três jogados ao
time A (principal) e B(aspirantes). Organizavam-se torneios de futebol aos
domingos e como, cada localidade tinha suas equipes, muitas agremiações
participavam. A festa geralmente começava pela manhã, ao meio-dia era servido
um churrasco e se estendia até a noite. Jogando-se pouco tempo de cada lado do
campo, as decisões davam-se quase sempre nos pênaltis numa goleira separada.
Já ao final da
década de 70 e início dos anos 80, com o êxodo rural aumentando, o tamanho das
famílias foi reduzindo. Das numerosas equipes varzeanas sobraram poucas. O São
José sobreviveu graças a localidades próximas que contribuíam com o elenco.
Vinham jogadores do Bom Jardim, Santo Antônio Alto e Baixo, Lajeado Surpresa,
Linha Saudades, Lajeado Progresso, Alta União, Linha Caçador e outras
localidades das redondezas e até da cidade. E assim, apesar de clubes escassos,
as contendas continuaram e chegaram aos dias atuais.
Porém, não é sem tristeza, que hoje muitas vezes
divide-se o campo ao meio, jogando-se futebol sete, por falta absoluta de
jogadores. A zona rural está esvaziada, a população reduzida, e só mesmo com
esforço de alguns abnegados o São José sobreviveu. Construiu-se o salão de
baile, a cancha de bochas e com isso as atividades de congraçamento aumentaram
chamando gente de longe.
Neste domingo, dia 11 de agosto, quando meus amigos
conterrâneos estiverem saboreando um churrasco, regado a cerveja, comemorando
50 anos de fundação, cuja data é dia 15 do mês de agosto, certamente muitas
pessoas, jogadores, sócios, dirigentes, torcedores, lembrarão, das alegrias e
vitórias por que este clube passou.
Eu quero transmitir meus votos de sucesso e vigorosas conquistas,
principalmente de grandes e inesquecíveis amizades a todos os integrantes dessa
bela família. Nunca passei de um ponteiro direito medíocre do time B. Tenho
comigo, porém, uma grande admiração e lembranças da gente simples e festeira
daí da Esquina Progresso.
IPA! URRA! HÁH!
Saúde e vida longa para o São José e para nós todos!
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