Jorge Luiz Bledow
Um
grande problema do Brasil, quem sabe o maior, é a falta de educação formal.
Ensino fundamental, primário e secundário, de qualidade e universal. Todo mundo
sabe disso.
Para quem vem da roça, como eu, é
difícil imaginar crianças fora da escola na cidade. No interior, na roça, tem
lá suas explicações, que não convencem, moram longe, faltam meios de
transportes, estradas ruins. Nos aglomerados urbanos, alguém na idade escolar
estar fora dela da sala de aula, não suporta explicação alguma. Para mim, a
culpa é dos pais.
No entanto, não basta somente o
acesso à escola. Precisamos de qualidade. Precisamos de censo crítico. Não se
vai à escola, só para aprender ler, escrever, somar, subtrair, etc. Vai-se
também, para se capacitar a ter opiniões diferentes. Questionar, comparar,
concordar, discordar! Isso cria num censo crítico. Cria capacidade de
desconfiar quando a coisa é muito fácil. Desvendar a verdade, flagrar o golpe
antes de acontecer, quando alguém “esperto” tenta aplicá-lo no incauto.
Sobre capacidade de ter censo
crítico há discursos vários. E desconfie, principalmente, quando alguém prega
cidadania misturando ideologia. São coisas diferentes e servem para confundir,
vender o discurso fácil, passar adiante o populismo barato da pior qualidade.
É aí, e principalmente aí, que
reside a nossa fraqueza. Essa capacidade de formar opiniões a contra ou a favor,
de desacreditar ou acreditar no discurso de quem quer que seja, vem
principalmente da vivência fora das escolas. Vem do convívio familiar. Do
convívio social. Das relações entre parentes, amigos e até estranhos. Do que
assistimos na televisão. Do que lemos. Do que ouvimos.
O que esperar de quem só assiste novelas, às vezes
todas, diariamente? Como esperar profundidade de quem não perde um BBB por
nada?
Já tive uma fase em que eu achava
que programas de conteúdo duvidoso, se não faziam bem, também não faziam mal a
ninguém. Mas eu reformulei esta minha forma de pensar.
Os jovens, principalmente esses,
devem filtrar melhor o que assistem e acessam e, absorver informações de melhor
nível, para então, assim, formar um censo crítico questionador, o que é da
própria essência juvenil.
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