Jorge Luiz Bledow
Escalar o time é fácil. Difícil é agradar a torcida. Todos são técnicos. Conhecem táticas e esquemas testados que nem sempre funcionam. As críticas são fortes na derrota. Na vitória ouve-se um pode melhorar!
As mães, principalmente, são heroínas e se esforçam. Esforçar é pouco – se entregam de corpo e alma. Mesmo assim, não raro, o resultado fica aquém do esperado.
No futebol, alguém definiu: - se ganha, se empata ou se perde.
Assim é no dia a dia. Ruim, cansativo e triste quando os resultados não aparecem. Treina-se a semana toda, faz-se ajustes, concentração, preleção e, fora do alcance dos pais, as coisas não funcionam bem assim.
Para a partida seguinte revisam tudo. Defesa, meio-de-campo, ataque. Timtim, por timtim! Jogadas ensaiadas, dribles, lançamentos. Alguns tentam o ponto futuro, poucos conseguem. Mas insistem Não cansam jamais!
Triangulações, cruzamentos, bolas paradas. Preparo físico, obediência tática. Ah, se funcionasse! Dietas especiais, descansos prolongados, motivação, “bichos” extras. Tudo, tudo mesmo, faz parte da receita para ganhar o jogo.
Os pais são verdadeiros técnicos para vida. Escalam formações para seus filhos. Ensaiam jogadas entre si. Deixam espaços para criatividade. E, mesmo assim, nem tudo dá certo.
O jogo diário é complexo, dinâmico. Quando se marca no meio, o ataque vem pela ponta. Procura-se atacar na lateral, mas o jogo está na intermediária.
A retranca começa na hora de acordar:
- Levanta meu filho! Vamos para aula - e nada de levantar.
No intervalo todos para o vestiário. Puxão de orelhas. Lavada geral. O técnico repassa novas orientações. Ninguém almoça sem lavar as mãos.
- Experimenta meu filho. Tens que comer brócolis. Não queres ser jogador de futebol?
E o jogo segue duro. Chega o fim do dia e os filhos parecem que não tem sono.
- Hora de ir para cama.
Dormir que nada. Ainda estão na internet.
Cobrar escanteio e cabecear na área exige energia redobrada.
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