Por: Jorge Luiz Bledow
Fonte dos nomes próprios. Infinitas possibilidades. Para algumas tribos indígenas é um pote de barro que serve para nominar alguém que acaba de chegar à aldeia. Pode ser uma cacimba rasa de águas cristalinas ou um poço escuro, profundo, sem fundo! Um balaio de ofertas numa esquina ali na Azenha? Melhor, uma biblioteca virtual, “Wikiname”, onde, pela rede, buscamos o nome de nossos sonhos.
Prefiro a imagem de uma grande loja de departamentos, num shopping sofisticado. Chego à porta e só de olhar ela me entende. “Se-me-abre” para o ar condicionado, música ambiental e gente feliz, com cartões de crédito. Dirijo-me (dirigem-me) ao painel sugestivo e original que anuncia: Mac Names!
Tudo que quero, tudo que preciso, ali está! A atendente, atenciosa, me leva ao primeiro setor. – Quero um nome de verdade, digo. - Nomes históricos, anuncia. - Virgílio, Cleópatra, Getúlio, Napoleão. Aqui a Filosofia - Aristóteles, Platão. A Ciência - Pitágoras, Newton.
Logo me dou conta: dependendo da escolha no presente, o nome contemplará séculos. E mais, há de espargir história, filosofia, poesia... semeando futuros.
- Temos nomes para todos os gostos. Leves, sérios, simples, complexos, magnânimos, triunfais. Musicais – João Gilberto, não é garantia de banquinho, voz e violão. O simples pode guardar um grande poeta, Mário. A poesia está em Florisbela, Margarida, Letícia – doce-poesia!
Por acaso Milton transforma-se no original Millor, engraçado - Hilário. Outro marca – Bráulio. Um conceito intrínseco – Gentil, Simplício, Linda. Adjetivo séptico – Clara, Cândida, Alvino. Pelo nome se sabe o país de origem – Natacha, Hildegard, Mercedes, Farad, Francesca, Desiree.
Com procedência – Isaac, Iracema, Lee. Os bíblicos – Moisés, Paulo, Maria. Outros ciciam – Elis, Lisiane, Laisa, ou zoam de si mesmo – Georgete, Odete. Pedra preciosa - Octásio. Tabela química - Irídio. Pompa e circunstância – Tertuliano, Emerenciana. Meteorologia – Neblina. No aumentativo – Elesbão. Diminutivo - Terezinha. Dramático – Dolores é o próprio bolero. Eterno – Perpétua.
- Homem ou mulher?
- Mulher de verdade.
- Ah sei. Amélia!
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