quinta-feira, 8 de março de 2012

PARA MULHER

Por Jorge Luiz Bledow

Falar de mulheres, entre homens, é fácil. Barbada. Sai piada, besteira, grosseria, muita mentira. É facinho, facinho! E o assunto vai longe.

Agora, falar para mulheres? Meu Deus do céu. Coisa difícil, complicada. Para nós, homens, é pisar em ovos, ou pior, não ter ouvintes.

Entabular conversa sobre a condição feminina, a dupla jornada, a discriminação, a maternidade. Puxar assuntos sobre a violência doméstica, a ascensão social, o acesso a cargos mais elevados, chefias. Citar a Presidente da República do Brasil, a Primeira Ministra da Alemanha, a Presidente da Argentina.

Falar de anos e anos de escravidão feminina, da falta de liberdade das mulheres muçulmanas, do machismo, do ser humano de segunda classe, como muitos ainda querem e insistem pelo mundo afora.

Citar progressos, tais como: delegacia especial da mulher, a libertação pela pílula e outros que tais discutíveis, parece fácil, e é. Mas, convenhamos, é muito pouco! É lugar comum. Tenho certeza de que as mulheres, neste dia dedicado a elas, não querem ouvir essa ladainha de sempre. Essa forma racional que nós, homens, temos de falar as coisas e embutir a soluções prontas! Passar o recado e está resolvido!

Então, como ficamos? O que fazemos nesta data?

Tenho uma ideia: vamos ouvir. Ouvir muito! Escutar lamúrias e reclamações. Prestar atenção nas reivindicações, nos desejos expostos e reprimidos. Ouvir coisas boas, notícias alegres. Deixar emprenhar os ouvidos com tudo que elas têm a nos dizer. Mas ouvir mesmo e ouvir mais e mais, sem parar, sem fazer ouvidos moucos, sem pensar em soluções. Prestar atenção sem cansar.

Quem sabe, neste dia 8 de março, a gente as deixa falar, falar muito. E nós vamos ouvir, o que em nosso sexo nunca foi o forte. Ouvir sinceramente. Honestamente.

Acho que é isto que elas esperam de nós!

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