Viajando, um dia desses, pelo interior do Rio Grande do Sul, cheguei a ficar irritado, no início, ouvindo os diferentes sotaques. Pensei – Mas como, a língua portuguesa falada no Brasil não é uma só?
Não é! Cada localidade fala de forma diferente, tem sabor diferenciado. Nota-se perfeitamente a influência da fronteira com os castelhanos, a influência do imigrante europeu, ora germânico, ora italiano ou polonês, para citar as três influências. Verifica-se também, prestando um pouco mais de atenção, a relação local com outros estados. Noto, por exemplo, que em algumas cidades da região noroeste do estado, onde há fortes relações de colonização com o sudoeste paranaense, com o Mato Grosso do Sul e com o Mato Grosso, a linguagem oral esta eivada de expressões daqueles estados. Vejo ainda, e não é necessária tanta perspicácia, que em algumas cidades do Rio Grande do Sul onde há uma economia forte baseada no transporte rodoviário, ou seja, muitos caminhoneiros, estes trazem na “boléia” expressões de todo Brasil, comumente de São Paulo e outros grandes centros, visto que é aí onde se dão as maiores trocas. Este mesmo efeito observa-se em cidades portuárias, é o caso de Rio Grande, ou ainda em cidades com guarnições militares. As escolas de samba de Uruguaiana que surgiram, ou melhor, se fortificaram quando da instalação de um grupamento de Fuzileiros Navais nesta cidade. Como em sua maioria os fuzileiros são formados no Rio de Janeiros, estes vinham trazendo consigo a organização das escolas de samba. Acharam terreno fértil, plantaram e hoje se colhe, em contrapartida, “os navais” levaram no “bornal e nas mochilas” significativas influências culturais do pampa.
Quando se viaja, além de se conhecer lugares diferentes, faz-se contatos com culturas diversas. A primeira relação, a mais simples e eficaz, é feita oralmente e esta tem seus acentos característicos inerentes a cada local. Isso passa para gente, assim como para os outros, aumentando nosso universo cultural. Essa ampliação do nosso espectro de entendimento faz com que sejamos mais tolerantes e compreensivos, visto que, passamos a avaliar o nosso interlocutor “olhando” para o contexto sócio-cultural e não isolando-o do todo.
Minha irritação citada no início, posteriormente transformou-se em curiosidade e até em curtição. Ouvir um gaudério falando de carreiras e tropeadas é bem diferente de ouvir um manauara falar sobre tracajás e ovos de tartaruga. Um catarinense do litoral, fala bem diferente do catarinense do oeste. Um carioca da gema, não tem nada a ver com um paulista de Ribeirão Preto. Um mineirinho tem sabor de pamonha na boca quando fala em “trem bão uai”, enquanto que o baiano quando diz “ò xente” fala quente(apimentado) como vatapá. O alagoano tempera tudo com azeite de dendê, bem diferente do paraense onde predomina a farinha de puba e o açaí.
Ouvem-se teorias sobre isto e aquilo onde todos querem ter razão. O carioca jura que fala o melhor português do Brasil visto que aprendeu com a Família Real de onde vem o chiado que tem a ver com o português de Portugal. Por sua vez o maranhense da capital São Luis, defende a tese de que aí se fala o português mais puro do nosso território. Certamente os maranhenses também foram influenciados pelos invasores e seu português não é de todo pedigree assim como pensam.
Érico Veríssimo, em suas memórias, fez uma observação sobre o falar diferente do gaúcho e do nordestino. - O gaúcho fala comendo carne, mastigando as sílabas. Por sua vez o nordestino fala chupando manga.
Pelas razões que expus acima e tendo em vista que a língua é dinâmica, cada aldeia tem um sabor autêntico. Isso faz com que o local esteja inserido no universal de forma única e especial.
Isso diferencia cada um de nós e dá sabor e sotaque à aldeia.
Não é! Cada localidade fala de forma diferente, tem sabor diferenciado. Nota-se perfeitamente a influência da fronteira com os castelhanos, a influência do imigrante europeu, ora germânico, ora italiano ou polonês, para citar as três influências. Verifica-se também, prestando um pouco mais de atenção, a relação local com outros estados. Noto, por exemplo, que em algumas cidades da região noroeste do estado, onde há fortes relações de colonização com o sudoeste paranaense, com o Mato Grosso do Sul e com o Mato Grosso, a linguagem oral esta eivada de expressões daqueles estados. Vejo ainda, e não é necessária tanta perspicácia, que em algumas cidades do Rio Grande do Sul onde há uma economia forte baseada no transporte rodoviário, ou seja, muitos caminhoneiros, estes trazem na “boléia” expressões de todo Brasil, comumente de São Paulo e outros grandes centros, visto que é aí onde se dão as maiores trocas. Este mesmo efeito observa-se em cidades portuárias, é o caso de Rio Grande, ou ainda em cidades com guarnições militares. As escolas de samba de Uruguaiana que surgiram, ou melhor, se fortificaram quando da instalação de um grupamento de Fuzileiros Navais nesta cidade. Como em sua maioria os fuzileiros são formados no Rio de Janeiros, estes vinham trazendo consigo a organização das escolas de samba. Acharam terreno fértil, plantaram e hoje se colhe, em contrapartida, “os navais” levaram no “bornal e nas mochilas” significativas influências culturais do pampa.
Quando se viaja, além de se conhecer lugares diferentes, faz-se contatos com culturas diversas. A primeira relação, a mais simples e eficaz, é feita oralmente e esta tem seus acentos característicos inerentes a cada local. Isso passa para gente, assim como para os outros, aumentando nosso universo cultural. Essa ampliação do nosso espectro de entendimento faz com que sejamos mais tolerantes e compreensivos, visto que, passamos a avaliar o nosso interlocutor “olhando” para o contexto sócio-cultural e não isolando-o do todo.
Minha irritação citada no início, posteriormente transformou-se em curiosidade e até em curtição. Ouvir um gaudério falando de carreiras e tropeadas é bem diferente de ouvir um manauara falar sobre tracajás e ovos de tartaruga. Um catarinense do litoral, fala bem diferente do catarinense do oeste. Um carioca da gema, não tem nada a ver com um paulista de Ribeirão Preto. Um mineirinho tem sabor de pamonha na boca quando fala em “trem bão uai”, enquanto que o baiano quando diz “ò xente” fala quente(apimentado) como vatapá. O alagoano tempera tudo com azeite de dendê, bem diferente do paraense onde predomina a farinha de puba e o açaí.
Ouvem-se teorias sobre isto e aquilo onde todos querem ter razão. O carioca jura que fala o melhor português do Brasil visto que aprendeu com a Família Real de onde vem o chiado que tem a ver com o português de Portugal. Por sua vez o maranhense da capital São Luis, defende a tese de que aí se fala o português mais puro do nosso território. Certamente os maranhenses também foram influenciados pelos invasores e seu português não é de todo pedigree assim como pensam.
Érico Veríssimo, em suas memórias, fez uma observação sobre o falar diferente do gaúcho e do nordestino. - O gaúcho fala comendo carne, mastigando as sílabas. Por sua vez o nordestino fala chupando manga.
Pelas razões que expus acima e tendo em vista que a língua é dinâmica, cada aldeia tem um sabor autêntico. Isso faz com que o local esteja inserido no universal de forma única e especial.
Isso diferencia cada um de nós e dá sabor e sotaque à aldeia.
De uma forma até que tem um contexto interessante so que sem novidade.....pois estes sotaques se dao a cada costume regional....Cultural a educacional.....as vezes e até falta de conhecimento de expressão correta de fala ....acaba de tornando uma gíria pessoal ....uma maneira grotesca de se expressar ...mas não uma forma de Cultura regional ou cultural como bem se da a entender o texto em si....
ResponderExcluir