sexta-feira, 7 de maio de 2010

Cheiros


Descobri que as nossas células olfativas, possuem 400, sim QUA-TRO-CEN-TOS vezes mais sensibilidade do que o as células gustativas. Simplificando um pouco: sentimos o cheiro 400 vezes melhor do que o gosto! Para mim uma novidade científica impressionante.

Pesquisando na internet, fico sabendo que o ser humano possui mais de 20 milhões de células sensoriais olfativas e 6 pêlos para cada célula. Por sua vez o cachorro possui mais de 100 milhões de células e em torno de 100 pêlos por célula. Por isso que os caninos detectam rastros de outros animais. Os mamíferos, em geral, tem o olfato desenvolvido, diferentemente de outros animais como répteis e aves que o usam para alimentação, aliás, olfato e paladar andam juntos. A grande diferença é que o sabor só é detectado com o contato direto dos sólidos ou líquidos com as células gustativas, enquanto o cheiro pode se dar por contato indireto de gases e micropartículas.

Há notícias de que está se desenvolvendo um sistema de filmes e televisão com cheiro. Imaginem, acho que ainda estarei vivo, daqui há alguns anos a cerimônia do Oscar premiará melhor diretor de olfato! Nossos aparelhos, para depois dos receptores digitais, serão A olfáticos, ou A olfativos? Talvez funcione tipo cartucho de impressora. A gente vai a uma loja e compra cargas necessárias para que o nosso televisor, uma vez sintonizado em determinado programa, passe emitir micropartículas suspensas no ar, e nós, os assistentes e Acheirantes, estaremos sentindo os diferentes aromas espalhados na sala.

Novelas devem ter cheiro de criança nova, talco ou algo assim. Filmes franceses estarão em alta e americanos terão cheiro de hambúrguer. Assistir um jogo de futebol talvez não seja nada agradável. Pior ainda uma tourada, um documentário na Savana com leões famintos caçando, ou então um leilão de animais no canal rural. Sem contar os exageros que as pessoas cometem com perfumes. Talvez nessa hora possamos desligar o botão do odor e sempre pode acontecer que bem no final do filme, ou último capítulo da novela, quanto todos os sentidos estão A a flor da pele, um dos cartuchos se esvazie, e a combinação dos odores básicos que sobraram, tal qual cores na impressora, criem um A falso odor insuportável. Certamente haverá recargas Alegítimas, tal qual uísque, envasadas no Paraguai.

Vantagens? É claro sempre teremos os prós e os contras. Já pensaram em programas sobre culinária? Além de dar mais realismo a imagem digital na sala, talvez se preste mais atenção neste importante sentido: o olfato.

Estamos na fase das imagens, ou seja, valorizamos tudo que vemos. O sentido da visão está em alta em detrimento do tato, do olfato, do sabor e até da audição. Esta última é maltratada abusando-se na quantidade pouco se ligando para a qualidade. De barulho os nossos ambientes estão cheios e já não se tem sossego em lugar algum.

Com a evolução das coisas, a supervalorização das imagens, em tato quase nem se fala. No entanto, em geral, preferimos ler algo num livro ou jornal, do que na tela do computador. Isso porque podemos tocar as paginas e perceber a textura do papel, ouvir o farfalhar das folhas, sentir o cheiro da tinta, do livro, e assim sentir prazer. Interessante ir a uma exposição de quadros e esculturas onde é proibido tocar. Dá uma certa aflição, não dá? Parece que se não tocarmos os objetos expostos, a nossa sensação de matar a curiosidade não se completa.

Voltando aos cheiros e a televisão. O que me faz pensar, em tempos de relações virtuais, é que estas algumas vezes são mais valorizadas que as relações pessoais de fato, mesmo sendo precárias. Imaginem, daqui há alguns anos, as comunicações tornando as relações mais reais, com som ambiental, a cores, com cheiro e tudo
!

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